sábado, 30 de maio de 2009

PAC versus desenvolvimento sustentável

Criar um PAC – Programa de Aceleração do Crescimento não é o suficiente para promover o desenvolvimento sustentável que o país necessita. Primeiro, é preciso que as obras previstas no PAC sejam efetivamente as mais importantes nesse momento, isto é, estejam dentro de um planejamento estratégico.
Além disso, as obras para serem aprovadas e terem os recursos liberados, precisam obedecer à legislação ambiental vigente. Caso contrário, irão comprometer a sustentabilidade, fator essencial do desenvolvimento.
Muitos projetos constantes do PAC estão emperrados por conta de aprovação ambiental. Observam-se pressões, por parte de alguns ministros, no sentido de que as licenças ambientais sejam concedidas de qualquer forma.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, já está se sentindo incomodado e esteve com o presidente Lula queixando-se das pressões. O presidente garantiu apoio ao ministro Minc, porém, com a proximidade das eleições no próximo ano, e tendo em vista que apenas 3% das obras do PAC saíram do papel, não se sabe até quando dará o apoio.
O presidente Lula está empenhado em eleger, como sua sucessora, a provável candidata, ministra Dilma Rousseff, e as obras do PAC são um fator importante na eleição do próximo ano.
A pergunta que precisa ser feita é a seguinte: de que adianta aumentar a velocidade de um veículo, se ele está na direção errada, ou seja, se aquele não é o melhor caminho que vai levar ao objetivo? Antes de ser eficiente na execução das obras do PAC é preciso ser eficaz. Não adianta fazer com rapidez algo que não contribua para um desenvolvimento sustentável.
Há uma frase que diz: “o apressado come cru e passa mal”. Que o processo de aprovação e execução das obras seja veloz, mas que se tenha responsabilidade com os impactos ambientais produzidos e, portanto, com o futuro da vida no país.
Esta é uma reflexão que deve ser feita pelos dirigentes brasileiros e pela população.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Caminho sustentável para a segurança pública

Ocorreu hoje (28 de maio), no auditório da reitoria da Ufal, o 2º ato contra violência em Alagoas. Existe um caso real, bem semelhante à situação verificada aqui em Alagoas, cujo resultado foi muito positivo, após as ações adotadas.
Quais foram essas ações? Como foram executadas? Que pessoas e órgãos públicos participaram diretamente? Onde isso aconteceu?
Eu acredito que o 3º ato contra violência poderia abordar esse caso de sucesso. A partir daí, é preciso começar a agir. Vários órgãos públicos devem participar num trabalho integrado. A população precisa ser envolvida para garantir a eficácia e a sustentação das ações preventivas.
Esse caminho já testado e que deu certo foi apresentado durante um treinamento de liderança promovido pela FranklinCovey, em São Paulo.
Edinaldo Marques
Professor da Ufal, Palestrante e Consultor

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Aprenda a gerenciar o seu tempo

Se você é uma daquelas pessoas, que vive dizendo não ter tempo para cuidar de sua vida pessoal e/ou profissional, é uma evidência de que precisa conhecer e aplicar um novo processo de COMO ADMINISTRAR O SEU TEMPO.
Por que alguns produzem tanto com o tempo de que dispõem e outros não conseguem produzir quase nada - com o mesmo tempo?
A grande vantagem da implantação desse processo para uma empresa é o AUMENTO DA PRODUTIVIDADE individual e coletiva, o que implicará nos lucros.
Objetivos:
1) Como fazer a gestão do tempo com a máxima eficácia?
2) Como efetuar o controle de administração do seu tempo?
3) Como ter foco e atingir suas maiores prioridades?
4) Como aumentar sua produtividade pessoal e profissional?
Vantagens:
1) Maior organização pessoal;
2) Maior produtividade;
3) Você passa a ter tempo para fazer mais coisas;
4) Diminuição do estresse;
5) Melhora o bem estar;
6) Aumenta a qualidade e a expectativa de vida.
Tempo de duração:
2 horas - palestra, 6 horas – curso.
Facilitador/expositor:
Edinaldo Afonso Marques de Mélo
Engenheiro Civil, Professor da Ufal há 28 anos, Mestrado em Administração de Empresas, Palestrante, Consultor, Membro da Academia Maceioense de Letras, ex-diretor executivo da Fundepes, ex-Superintendente Municipal de Controle do Convívio Urbano e ex-Secretário Municipal da SEMAB.
Equipamentos a serem utilizados:
Microcomputador, projetor multimídia (data-show) e tela para projeção.
Local:
Nas próprias dependências da Organização ou a combinar.
Dia e horário:
A combinar.
Metodologia:
Será apresentado o PROCESSO MAIS COMPLETO DE GERENCIAMENTO DO TEMPO, juntamente com as FERRAMENTAS necessárias.
Valor do investimento:
A combinar.

Edinaldo Marques
Fone: 9981.2148
"Gerenciar o tempo é a base da eficácia". PETER DRUCKER
"Somente uma coisa nós nunca conseguimos recuperar: o tempo".
“Quem tem tempo não é aquele que não faz nada, mas aquele que sabe administrá-lo para fazer o que deseja”. EDUARDO O. C. CHAVES
Minha promessa:
Se você colocar em prática os princípios e ferramentas que forem apresentadas durante a palestra / curso – COMO ADMINISTRAR O SEU TEMPO, você experimentará um aumento perceptível e mensurável na sua produtividade pessoal e profissional (Edinaldo Marques)

Estratégias para aumentar sua empregabilidade

Num mundo complexo, veloz, incerto e com menos oportunidades de emprego, é essencial que você estabeleça as estratégias apropriadas para se manter motivado e em condições de empregabilidade.
Tão importante quanto ter um emprego é manter-se atualizado com as competências duráveis / habilidades mais requisitadas no mundo do trabalho. As mais importantes são as seguintes:
1. Automotivação;
2. Liderança pessoal e interpessoal;
3. Autocontrole;
4. Competência técnica, conceitual e interpessoal;
5. Espírito empreendedor;
6. Organização pessoal;
7. Produtividade;
8. Capacidade de comunicação;
9. Domínio de um idioma estrangeiro (principalmente inglês);
10. Conhecimentos básicos da informática.
Prepare-se e tenha muito sucesso.

EDINALDO MARQUES
Engenheiro Civil, Professor da Ufal e Consultor

Novo julgamento em 2010

A população acompanha o trabalho efetuado pelos políticos e fará novo julgamento em 2010. Em quase todos os lares existe alguma TV e a mídia tem feito um papel importante na informação e esclarecimento dos fatos. Haverá eleição para presidente da república, governador, senador, deputado federal e deputado estadual. Somente as prefeituras e as câmaras de vereadores estarão fora do processo eleitoral.
Será uma nova oportunidade para pensarmos na escolha dos nomes que receberão o voto. O povo tem um poder imenso, que precisa exercê-lo com toda a responsabilidade, consciência e atenção. Sabemos que na decisão em quem votar, pesa muito o nosso interesse particular. Às vezes, por conhecermos esse ou aquele candidato, ou termos recebido algum favor por menor que seja, nos esquecemos de focar a qualidade do nosso voto. Com isto, comprometemos o nosso futuro, dos filhos e netos.
Em consequência dos altos índices de pobreza e de miséria da população, da falta de educação e de conscientização do povo, da crise de valores que se alastra no país, ainda continua a prática condenável da compra e venda do voto. Isto é muito lamentável e reduz a possibilidade de termos uma vida melhor. A estratégia para diminuir essa prática é a participação mais ativa de toda e qualquer pessoa. Dedique tempo para dizer aos seus amigos, colegas e pessoas com quem lida, o que pode ser feito para mudar a vida. Só um voto consciente pode modificar os atuais resultados verificados.
Muitas pessoas não acreditam mais políticos. Como conseqüência, anulam o voto ou votam em branco. Para mudar é necessário votar, escolher os melhores candidatos. É através da política que são definidas as prioridades de ação postas em prática. A educação, saúde, segurança pública, geração de oportunidades de emprego e renda, quase tudo, depende da forma como é conduzida a política.
O futuro depende do poder de decisão de cada um de nós. Quando alguns dizem que todo político é igual, não é verdade. É sempre possível identificar as diferenças. Para isto, precisamos ampliar os níveis de politização.
Antes de votar reflita bastante e não se deixe enganar por maus políticos, que somente enxergam os seus interesses pessoais e esquecem que foram eleitos para trabalhar pelo bem coletivo.

EDINALDO MARQUES
Engenheiro Civil, Professor da Ufal e Consultor

terça-feira, 19 de maio de 2009

Curso "como controlar as emoções"

No período de 01 a 05 de junho de 2009, das 14 às 18 horas, estarei ministrando o curso COMO CONTROLAR AS EMOÇÕES. É uma promoção da COMARHP e ocorrerá no auditório da prefeitura municipal de Maceió, em Jaraguá. O objetivo é apresentar e discutir as estratégias que podem ser utilizadas pelas pessoas para melhor uso do cérebro, corpo, emoções e da inteligência.
Alguns fatos comuns publicados com frequência pela mídia mostram crianças metidas em brigas na escola, homicídios, suicídios, estupros, filhos que matam pais ou vice-versa, brigas e até mortes dentro e fora de estádios de futebol, discussões no trabalho, brigas no trânsito etc. Todos esses episódios estão ligados ao descontrole e uma das causas é a falta de educação emocional.
Algumas perguntas que serão respondidas durante o treinamento:
1. Por que é tão difícil fazer com que alguém, sob perturbação emocional, raciocine?
2. Como funcionam a mente emocional e a mente racional?
3. Como controlar a impulsividade?
4. Como criticar alguém com habilidade?
5. Que riscos correm as pessoas que não conseguem usar inteligentemente a emoção?
6. Como desenvolver seu auto-conhecimento e sua motivação?
7. Por que a inteligência emocional é uma aptidão mestra?
8. Como se desenvolve a empatia?
9. Como conduzir a sua vida com equilíbrio emocional?
10. Que estratégias podem ser colocadas em prática para emergências emocionais? etc.

Invista no capital humano

Quem faz a diferença numa empresa pública ou privada não são as instalações, equipamentos e softwares. O grande diferencial provém do ativo humano. A criatividade e a inovação nos processos vem das pessoas. Portanto, no mundo do conhecimento e da inovação em que vivemos, investir na formação e desenvolvimento de talentos é uma decisão estratégica.
Podemos diagnosticar as principais necessidades de sua organização ou empresa e montar uma sequência de cursos / treinamentos, que poderão mudar os seus resultados.
O QUE MAIS AS PESSOAS E EMPRESAS (PÚBLICAS OU PRIVADAS) PRECISAM PARA OBTER OS MELHORES RESULTADOS É DE PROCESSOS, PRIMEIRO EFICAZES E DEPOIS EFICIENTES, E DE FERRAMENTAS QUE FACILITEM A APLICAÇÃO.
Contato através do blog ou pelo email edinaldo_afonso@hotmail.com, fone 82-9981.2148.
EDINALDO MARQUES
Engenheiro Civil com Mestrado em Administração de Empresas
Professor da Ufal, Consultor e Palestrante

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Que revolução?

Recentemente, mais dois secretários assumiram as secretarias de educação. Rogério Teófilo, no âmbito estadual, e Ricardo Valença, no âmbito municipal. Ambos prometem em seus discursos iniciais uma revolução na educação.
Mas que revolução será? Ou será apenas mais um jogo de palavras? É preciso que cada um diga como pretende fazer essa revolução.
A melhor revolução que os dois secretários poderiam fazer é no processo de gestão das secretarias. Os três ativos – físico, orçamentário-financeiro e humano precisam ser geridos com a máxima eficácia. Isto sim, faria toda a diferença. Em todos os governos onde isso foi colocado em prática,houve mudanças, as mais positivas.
O problema é que, lamentavelmente, em geral, parece não ser do conhecimento ou não querer implantar um processo de gestão voltado aos melhores resultados.
A sociedade não deseja apenas bons resultados. O que a população precisa é dos melhores resultados. Há uma frase que diz: “o inimigo do bom é o melhor”.
O paradigma da revolução industrial, hoje, não deve ser mais aplicado nos processos de gestão. Na prática, é isso o que vemos. Estamos na era do conhecimento, da tecnologia e da inovação. Portanto, aquele paradigma da busca da produtividade pela eficiência precisa ser substituído pelo paradigma da busca da produtividade pela eficácia. Primeiro, é preciso fazer o mais importante (isto é eficácia), para depois fazer bem feito (isto é eficiência), com o mínimo possível de recursos.
O trabalhador do conhecimento e as pessoas em geral têm necessidades básicas: viver, aprender, amar e deixar um legado. Infelizmente, os governos não demonstram práticas que garantam a sustentabilidade. Isto é o que preocupa.
Há muitas desculpas, procuram-se culpados, o tempo passa e tudo continua do mesmo jeito: sem solução. Crianças fora das escolas, colégios sem mínimas condições físicas, faltam professores, ensino integral é coisa rara, não há estratégias e ações para garantir uma educação continuada às pessoas que já deixaram a escola etc.
Atualmente, as escolas estão ensinando as crianças como se nós estivéssemos na era industrial. Esse mundo não mais existe. O mundo atual é complexo, veloz e incerto. Portanto, o projeto pedagógico e a atual forma como é repassada a aprendizagem aos alunos são deficientes, precisam ser mudados. Caso contrário, quando esses alunos terminarem o curso básico e fundamental, o que aprenderam, é insuficiente para a formação.
Por fim, a revolução que precisaria vir, antes de tudo, é a da ética. Depois, a da competência. Será que estas não são as causas de tantos resultados negativos?

EDINALDO MARQUES
Engenheiro Civil, Professor da Ufal e Consultor

domingo, 17 de maio de 2009

Como gerar empregos

O desemprego é conseqüência da evolução dos tempos modernos. Em plena era do conhecimento e da tecnologia, as empresas inseridas num sistema capitalista mundial buscam, de todas as formas, se manterem competitivas e auferir lucros.
Podemos dizer que um grande erro é esse sistema capitalista. Por que não substituí-lo por outro que garanta o equilíbrio mundial? Por exemplo, ao invés de capitalismo “selvagem” um capitalismo proporcional, um capitalismo que permita o êxito econômico, financeiro e político, associado às boas relações de convivência, sem tantas desigualdades sociais. Algo que busque a sustentabilidade social e a paz no planeta.
Com a automação, a disputa acirrada das empresas e a evolução da nanotecnologia, é cada vez mais comum assistirmos cortes na quantidade de pessoas dentro de uma empresa. É preciso que os empreendedores e empresários saibam que nada substitui o talento e a vontade ou força do querer. Portanto, manter pessoas inteligentes, criativas e capazes de promover a inovação constante no negócio é fator estratégico. Além disso, tem o lado da responsabilidade social da empresa. Um processo de demissão em massa traz sérias conseqüências a um país.
Uma estratégia fundamental, que pode ser colocada em prática pelo governo brasileiro para combater a falta de emprego, é desenvolver, ainda no ensino básico e fundamental, a capacidade inovadora dos estudantes. Para isto, os professores precisam estar preparados para implantar o vírus do empreendedorismo nos estudantes e ajudar a facilitar na identificação de oportunidades de trabalho. Identificar em cada aluno o seu maior sonho, aquilo para o qual demonstra ter algum dom e investir no potencial individual. Incutir na cabeça de todos os estudantes a necessidade de buscar a energia interna, que está dentro de cada um de nós – a força do querer, para que cheguemos aos nossos sonhos. Mostrar o quanto é importante estabelecer metas por escrito, a fim de facilitar a conscientização e comprometimento diário de cada um.
Todas essas iniciativas, se colocadas em prática, podem facilitar o sucesso futuro dos jovens estudantes e gerar diversos empregos e renda, diferentes do convencional.
Precisamos usar a criatividade, buscar saídas inovadoras, procurar obstinadamente perseguir soluções que reduzam os índices de desemprego no Brasil e no mundo.

EDINALDO MARQUES
Engenheiro Civil, Professor da Ufal e Consultor

Logística no Brasil

Há muito tempo o Brasil comete um erro estratégico, que dificulta o seu crescimento econômico e reduz a competitividade do agronegócio nacional, considerado hoje, o setor mais dinâmico e produtivo da economia brasileira. O agronegócio é responsável por um terço do PIB brasileiro e 37% do emprego e renda do país.
A falta de infraestrutura que permita uma logística eficiente, ou seja, colocar os bens e produtos agrícolas nos portos para exportação, ao menor custo possível, a partir da utilização das diferentes modalidades de transportes, é o principal fator que prejudica as exportações e a competitividade.
É verdade que temos um país continental e, como conseqüência, o custo de implantação da infraestrutura se torna elevado. Quando alguns dizem que os governos passados priorizaram a construção de rodovias em detrimento da construção de ferrovias, isto é verdadeiro, porém, a malha pavimentada ainda hoje é insuficiente, além de muito mal conservada. Na verdade, faltaram investimentos em todas as modalidades de transporte: ferroviário, hidroviário e rodoviário. Faltou planejamento logístico para garantir a integração dos três modos de transportes.
Segundo estudo da ONU, o país tem tudo para ser, nos próximos 12 anos, o maior produtor de grãos do mundo, superando inclusive os Estados Unidos. Mas, para isto, precisa priorizar e planejar a sua logística de transportes. Hoje, em face da carência de obras estruturantes, os custos logísticos são quase o dobro dos verificados nos Estados Unidos.
Outro entrave está na questão da administração dos portos. Em geral são atrasados, de alto custo de manutenção, ineficientes, dominados por sindicatos e com várias suspeitas de corrupção.
Um programa que também deveria está inserido no planejamento dos governos estaduais é o da construção de rodovias vicinais. São estradas, em geral mais simples do ponto de vista de classificação rodoviária, porém, construídas com todo o “estado da arte” e que servem para logística dos produtos agrícolas, do centro produtor a rodovias principais, e daí, aos portos para exportação.
Para se garantir uma economia sustentável, é necessário que as prioridades inseridas no PAC contemplem o investimento integrado em portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários, construção de novas rodovias, ferrovias, manutenção das estradas já existentes e máximo aproveitamento do potencial hidroviário nacional.
Quando comparamos os custos dos transportes hidroviário e ferroviário verificamos que são, respectivamente, 60% e 35% mais baratos que o custo do transporte rodoviário. As rodovias continuam com transporte competitivo em distâncias de até 500 km, em face da maior rapidez e da economia de transbordo.

EDINALDO MARQUES
Engenheiro Civil, Professor da Ufal e Consultor

sábado, 16 de maio de 2009

Coitado de São Pedro

Basta chover para que surjam comentários de todas as partes, colocando a culpa em São Pedro. Formam-se alagamentos, as ruas ficam intransitáveis, barreiras desmoronam, pessoas morrem soterradas, veículos ficam debaixo d’água nas garagens subterrâneas dos prédios residenciais, prejuízos os mais diversos, e aí, aparecem as afirmações: “a culpa é da chuva”.
Mas a culpa é mesmo da chuva ou faltou pensar e priorizar com antecedência? Afinal, todo mundo sabe que no inverno a tendência é chover. Os administradores públicos têm que realizar seus planos estratégicos, envolvendo, inicialmente, o maior número possível de servidores, inclusive a população, para depois poderem priorizar as ações e agir, sobretudo, preventivamente. Se assim fosse, seria uma demonstração de eficácia.
É verdade que os problemas são muitos e, às vezes, o orçamento é insuficiente para atender a todas as demandas. É verdade, também, que esporadicamente pode-se decretar situação de emergência. O que não deve é ser tudo uma emergência. A maior dificuldade mesmo é a falta de proatividade dentro do serviço público. A consequência é a improvisação, dispensa de licitação e mais recursos sendo despejados para resolver o que deveria ter sido antes solucionado.
Veja, por exemplo, o caso das rodovias. Todo mundo sabe que no inverno a tendência é aparecerem mais buracos nas estradas em virtude das chuvas. Então, por que durante o verão não se atua no sentido de executar AÇÕES PREVENTIVAS? Os serviços ficariam MAIS ECONÔMICOS e de MELHOR QUALIDADE. Ao contrário, deixa-se chegar a chuva, para realizar operações do tipo TAPA-BURACO.
A mesma coisa com os ALAGAMENTOS nas cidades. Interessante é que querem colocar a culpa dos estragos na água. Que equívoco! A culpa está na falta de uma drenagem urbana que funcione a contento. Tanto a microdrenagem é falha, como também a macrodrenagem, que não atende a altura pluviométrica um pouco maior.
Se as áreas de estacionamentos de prédios nos subsolos dos edifícios residenciais ficaram alagadas, dando perda total dos veículos dos moradores, a culpa não foi da chuva, o que pode ter havido foi FALHA NO PROJETO e na EXECUÇÃO DA OBRA.

Edinaldo Marques
Engenheiro Civil, Professor da Ufal e Consultor