terça-feira, 30 de março de 2010

Melhores resultados


O editorial da Gazeta de Alagoas publicado nesta terça-feira (30 de março), intitulado “Carência resistente”, trouxe uma reflexão sobre a prioridade número um de qualquer governo: a educação.
Para que o programa na área da educação, que foi divulgado cinco meses antes da posse do atual governo estadual tivesse sido executado na íntegra, seriam necessárias duas coisas: planejamento global detalhado com os respectivos planos táticos e execução eficaz. Esta última, na prática, é sempre mais difícil, pois envolve um grande número de servidores.
O planejamento de qualquer pasta de um governo precisa ser eficaz em relação aos três ativos: físico, orçamentário-financeiro e humano. Se houver falhas em qualquer um dos três itens, o programa ficará comprometido.
O ativo físico diz respeito aos prédios, locais onde funcionam as escolas, equipamentos diversos, mobiliários, materiais etc.
O ativo orçamentário-financeiro é a previsão orçamentária e os recursos financeiros, que serão utilizados ano a ano pela secretaria. Uma alternativa possível para complementar o ativo orçamentário é a elaboração de projetos específicos, que busquem recursos extra-orçamentários. Isto pode ser feito tanto com órgãos federais, como também, com a iniciativa privada.
Por último, o ativo humano, este sim, é quem pode fazer a diferença. Se a equipe estiver motivada, treinada, comprometida, alinhada com os objetivos traçados e utilizar um processo eficaz para transformar o planejamento em realidade, os resultados serão muito positivos.
O perfil do gestor máximo – no caso o secretário, é fundamental para tirar do papel e colocar em prática aquilo que foi planejado. A formação de líderes e gestores eficazes em cada setor da secretaria contribuirá para o sucesso.
A sequência que deve ser posta em prática é a seguinte: primeiro, lidere com eficácia; depois, gerencie também com eficácia. Isto, se for feito corretamente, produzirá as respostas que a sociedade e o estado tanto precisam. Há uma frase de um consultor que diz: “qualquer esforço de gestão, por maior que seja, jamais compensará o erro anterior da liderança verdadeira”.
A tão falada revolução na educação, somente sairá do campo das ideias ou da vontade e se transformará em realidade, quando além do conhecimento técnico forem utilizadas outras habilidades e ferramentas, que promovam os resultados planejados.

EDINALDO MARQUES
Professor, Consultor e Palestrante

Pós-Graduado com Mestrado em Administração






terça-feira, 23 de março de 2010

Apagão de gestão


Pela terceira vez consecutiva e em uma semana, Brasília e a Esplanada dos Ministérios ficaram às escuras por falta de energia elétrica. Isto ocorre na Capital Federal! Em Alagoas e vários outros estados, as quedas de energia são uma constante.

Em relação ao planejamento, parece que as coisas andam dentro do esperado. Afinal, o governo federal lançou o PAC 1.0 e estará lançando, até o final deste mês, o PAC 2.0.

O que falta é a execução das ações necessárias. Uma coisa é o planejamento e a outra é a execução.

O grande e maior apagão que os órgãos públicos e algumas empresas enfrentam é no processo de gestão. Infelizmente, as pessoas são muito competentes tecnicamente em suas áreas, mas no aspecto da liderança e da gestão erram constantemente.

Isto provoca apagões de todos os tipos no país. É o apagão da educação, da saúde, das estradas esburacadas, da segurança viária, da falta de segurança, da falta de água, da falta de luz, das obras que duram muito menos tempo do que deveriam por faltar controle tecnológico eficiente.

A sociedade, às vezes, fica sem entender, ou pensa, que é falta de recursos. Não! Falta mesmo é gestão eficaz, gestores comprometidos e que saibam como executar os planos traçados num menor espaço de tempo.

Um dia pode ser que o paradigma mude e, como consequência, resultados muito melhores surgirão. Foi assim em outros países, que crescem numa velocidade muito maior e de modo mais sustentável.

Com improvisação não vamos chegar muito longe. Seremos eternamente um país em desenvolvimento.

Uma sugestão: além de formar engenheiros, economistas, médicos, advogados, professores, sociólogos, cientistas...,é fundamental que as universidades e CEFETs formem gestores profissionais e competentes. Pessoas que saibam como começar a exercer a liderança e a gestão por elas próprias. Enquanto isso não ocorre, haja apagão!

Edinaldo Marques
Engenheiro, Professor, Consultor e Palestrante
Pós-Graduado com Mestrado em Administração de Empresas
Autor de quatro livros
emelo@ctec.ufal.br

sexta-feira, 19 de março de 2010

Como prevenir contra as drogas?


A Gazeta de Alagoas de sexta-feira (19 de março), trouxe como destaque em sua primeira página, um grupo de jovens acorrentados, em pleno calçadão da rua do Comércio de Maceió, que se reuniram com o objetivo de chamar atenção para os perigos e os danos que as drogas representam à vida das pessoas.

A cada dia aumenta o número de famílias que descobrem o envolvimento de seus filhos ou parentes com algum tipo de droga. Isto causa uma destruição no ambiente familiar, pois os dependentes químicos alteram radicalmente seus comportamentos para manter o vício.

A melhor coisa que as famílias e a sociedade deve fazer é investir em prevenção. Aqueles que já estão no vício precisam ser tratados como um problema de saúde e receber toda a atenção, amor dos mais próximos para tentar se libertar do vício.

Mas há os que ainda não entraram nesse caminho destrutivo. Para esses é fundamental ajudá-los a descobrir, o mais cedo possível, seu "norte-magnético" (bússola interior), isto é, um caminho que transforma sonhos em realidade, com domínio de um processo de autorenovação constante (saúde física, mental, emocional/social e espiritual), propósito mental positivo e melhor convívio coletivo.

Tudo na vida é explicado por um tripé: ver-fazer-obter. Como as crianças e adolescentes não são educadas para trabalhar pensamentos – modelos mentais positivos, ficam vulneráveis a serem influenciadas por traficantes e colegas que já são usuários.

A motivação para as drogas é decorrente da falta de ideias e de pensamentos, que não são os melhores sobre si e sobre a vida.

É indispensável que as escolas tenham, desde o ensino básico/fundamental até o ensino superior, professores preparados para educar emocionalmente as crianças e os jovens. Pessoas que facilitem a aprendizagem de como lidar com emoções e sentimentos, através de uma educação emocional, didática e pedagogicamente bem aplicada.

Na vida, a razão tende sempre a ser superada pela emoção. Se o exercício de auto-conhecimento for feito logo cedo, a probabilidade das crianças e adolescentes serem atraídas pelas drogas diminuirá muito.

Cada pessoa deve saber como analisar-se internamente e decidir por livrar-se de males e paradigmas que fazem seu inconsciente trabalhar contra si.

Isso deve ser feito nas escolas, mas os pais e mães precisam conhecer o processo, para que participem mais diretamente da educação, orientação e prevenção.

Para que haja sucesso, o projeto pedagógico tem que ser inovador, com uma metodologia adequada e deve utilizar as ferramentas tecnológicas hoje disponíveis (microcomputadores, projetores multimídia).

Um conteúdo programático e apropriado deve ser repassado às crianças, adolescentes e jovens, de acordo com a série (1ª, 2ª, ...). O uso de filmes, histórias e metáforas farão com que as crianças assimilem e pratiquem hábitos mais eficazes.

Isso poderá ser uma realidade na maioria das cidades brasileiras e alcançar um universo maior de crianças e jovens.

EDINALDO MARQUES
Professor, Consultor e Palestrante
Pós-Graduado com Mestrado em Administração

Membro da Academia Maceioense de Letras

quinta-feira, 18 de março de 2010

Professor joga apagador


Foi notícia no Jornal Hoje da TV Globo, levado ao ar no dia (18), a reação de um professor de geografia do sexto ano do ensino fundamental na cidade do Rio de Janeiro, que jogou um apagador numa aluna dentro da sala de aula.


O professor perdeu a calma depois que pediu silêncio e não foi atendido. Resolveu jogar um apagador, que feriu uma aluna. O caso foi parar na delegacia.


Este tipo de comportamento mostra a importância de desenvolver a inteligência emocional ou autocontrole. Foi um mau exemplo do professor e que demonstrou o seu despreparo.


Por mais grave que tenha sido a atitude da aluna, ou da turma, não é aceitável esse tipo de reação. O professor, sobretudo por ser um educador, deve dar bons exemplos e estar preparado para situações de conflito. Jamais deixar que a mente emocional tome conta da situação e agredir uma aluna.


Se uma das missões dos professores é formar cidadãos, como conseguir com ações desse tipo?


O sucesso profissional em qualquer atividade depende da capacidade cognitiva, mas sobretudo, da inteligência emocional.

EDINALDO MARQUES
Professor e Consultor

quarta-feira, 17 de março de 2010

Apostar na direção certa

"De que adianta fazer bem feito ou correr quando estamos na estrada errada"
O editorial da Gazeta de Alagoas de quarta-feira (17), intitulado “Aposta na educação”, trouxe uma reflexão que necessita ser ampliada, pois se trata da prioridade número um do Brasil.

É evidente que a educação precisa de maiores investimentos para alavancar o desenvolvimento. Mas, não é apenas o valor global desse investimento o que interessa. A forma como são geridos os atuais recursos, em todos os níveis – federal, estadual e municipal, poderia fazer enorme diferença.

O grande apagão que se observa está na falta de decisões profissionais por parte dos administradores públicos, alicerçadas na liderança eficaz e na gestão eficaz .
Enquanto persistir a ideia de que qualquer um pode administrar, o Brasil poderá aumentar o percentual do PIB a ser aplicado em educação e, mesmo assim, não terá o retorno desejado.

Esse tema foi alvo de um debate ocorrido esta semana (15) na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado e que participamos como convidado.
É preciso acertar na direção. Quando erramos na direção, por maior esforço que seja feito, nada compensará o erro anterior.

Enquanto o tempo passa, outros países que também estavam em desenvolvimento crescem numa velocidade muito maior do que a nossa. Se examinarmos o motivo, chegaremos a conclusão de que o problema está na gestão. Gestores profissionais eficazes e competentes, que antes de administrar exerçam a liderança eficaz, podem mudar melhorar os resultados atuais, apesar de não estarmos gastando aquilo que seria o ideal.

EDINALDO MARQUES
Professor e Consultor

quarta-feira, 3 de março de 2010

Mudança de mentalidade


Mais um editorial que merece ser analisado e refletido pelo leitor.
Nesta quarta-feira (03), a Gazeta de Alagoas fez uma comparação entre as consequências causadas pelos recentes terromotos ocorridos em dois países – “Haiti e Chile: Lições” (título do editorial).
O efeito do terremoto no Haiti, apesar de ter sido menor, de 7 graus na escala Richter, foi muito mais devastador do que no Chile, cuja intensidade foi de 8,8 graus.
A condição econômica, visão e decisão dos chilenos fez com que fossem adotadas, de forma preventiva, projetos/ações que minimizassem as consequências do terremoto.
O mesmo deveria ocorrer com o nosso país em relação as suas estradas. A cada inverno problemas e mais problemas. Sempre aparecem aqueles que querem colocar a culpa nas chuvas. Só fazem confundir a cabeça das pessoas que não são especialistas no assunto.
Mais uma vez, o Bom Dia Brasil da rede Globo de televisão mostrou no dia de hoje (03) a situação atual de algumas rodovias brasileiras. As estradas estão sendo cortadas como se fossem papel. Isto é fruto da falta de prevenção – manutenção eficaz e, além disso, de projetos que são mal elaborados e executados, sem um controle tecnológico adequado. Se houvessem inspeções periódicas feitas por técnicos competentes, experientes e responsáveis, com certeza, esses constantes problemas que ocorrem nas estradas brasileiras seriam reduzidos.
Faltam decisão política, visão, competência técnica e administrativa. Não basta apenas ser engenheiro especialista em geologia ou pavimentação. É preciso ter visão sistêmica, fazer o que precisa ser feito, do jeito certo e no momento correto.
Continuará o “Custo Brasil” sendo um dificultador do nosso crescimento.
Quantas pessoas morrem diariamente vítimas de buracos nas rodovias? Quantos recursos financeiros desperdiça o país por não considerar isso uma prioridade? Quanto gastamos em hospitais para tentar salvar pessoas vítimas de acidentes? Quando iremos entender, que além de construir, é preciso garantir uma durabilidade nas estradas de 20, 25 anos, ou, no mínimo 10 anos, em perfeitas condições de funcionalidade - conforto, segurança e economia de operação? Quanto desperdiçamos por deixar uma rodovia se destruir completamente para somente depois fazer a reconstrução, quando seria mais econômico implantar um sistema de manutenção eficaz? Quando haverá mudança de mentalidade?

EDINALDO MARQUES
Engenheiro Civil e Consultor

terça-feira, 2 de março de 2010

Faltam engenheiros


A Comissão de Infraestrutura do Senado, que é presidida pelo senador Fernando Collor, debateu em Audiência Pública realizada nesta segunda-feira (01), o tema “formação e capacitação de mão-de-obra para enfrentar os desafios ligados à infraestrutura do país”. O PAC – Programa de Aceleração do Crescimento prevê a realização de uma grande quantidade de obras até 2016 e no mercado brasileiro há carência de engenheiros para execução das obras previstas. Dois eventos mundiais a serem realizados no Brasil – Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, fizeram com que a programação de obras seja ainda maior.
Como enfrentar essa situação? Quais as propostas que podem ser postas em prática com a rapidez e eficácia que o país necessita?
A Universidade Federal de Alagoas já vem executando há 8 anos o projeto Liderança Pessoal e Interpessoal Eficaz, que é aplicado na disciplina Administração de Empresas para os cursos de engenharia civil, engenharia química e, mais recentemente, engenharia ambiental. Visa formar profissionais completos e mais competitivos para o atual mercado de trabalho, que exige engenheiros especialistas em diversas áreas, mas com visão generalista e domínio de vários conceitos, capacidade de trabalhar em equipe, práticas proativas, motivação duradoura, e que saibam liderar a si e outras pessoas.
Temos a honra de estar à frente da disciplina e cumprir o projeto com o objetivo de formar profissionais com novas habilidades e competências.
Em pleno século XXI, na era do conhecimento, da inovação e da nanotecnologia, o maior diferencial de qualquer pessoa/profissional é a liderança eficaz, para conseguir atingir maiores e melhores objetivos.
Essa é uma virtude e habilidade que tem a maior demanda e a menor oferta no mercado. Ser líder não é exercer um cargo ou está numa posição, mas sim, uma escolha, que envolve o desenvolvimento de vários atributos: visão, coragem, energia/automotivação, empreendedorismo, mudança contínua, foco, inspirar confiança, saber comunicar-se, absorver adversidades...
O excessivo número de evasão escolar nos cursos de engenharia deve ser combatido com o projeto acima, além disso, é preciso reduzir as injustiças salariais. Há uma grande distância entre a remuneração paga a advogados e os salários dos engenheiros. Isto faz com que muitos estudantes comecem o curso e não concluam, ou quando concluem fazem concurso para exercer atividades totalmente diferentes da formação de engenharia.
Em 1996 foi publicado um artigo de nossa autoria no jornal Gazeta de Alagoas intitulado Injustiça Salarial e Profissional, que tratava sobre a questão. Agora, como consequência da não adoção de providências anteriores os reflexos estão sendo sentidos.
Do mesmo modo o sistema CONFEA/CREAs deve agir no sentido de conseguir a aprovação de uma regulamentação, que eleve o valor mínimo profissional do engenheiro pago pela iniciativa privada.
Essas são medidas objetivas que se colocadas em prática aumentarão a permanência de profissionais de engenharia no efetivo exercício de suas profissões.

EDINALDO MARQUES
Engenheiro Civil, Professor e Consultor

segunda-feira, 1 de março de 2010

Será que tem saída?


Enquanto os pontos de vista da maioria dos brasileiros forem embaçados, enquanto os valores humanos forem invertidos e a corrupção banalizada, enquanto os princípios - que são leis naturais e verdades inquestionáveis forem constantemente descumpridos, enquanto os interesses pessoais - vaidades, egos... forem colocados sempre acima de interesses coletivos, enquanto a educação em nosso país tiver a baixa qualidade que tem, enquanto o hábito de leitura não for uma realidade que permita a mudança de pontos de vista, enquanto existirem programas de televisão de baixa qualidade cujo interesse maior é o lucro através da publicidade, enquanto as percepções que movem a sociedade estiverem tão distantes da realidade, realmente, a saída é difícil.
Vamos amargar a condição de ser um país economicamente equilibrado, mas socialmente injusto.
O pior é que essa situação só começará a mudar, a partir do dia em que a educação for considerada uma prioridade na prática e administrada com o profissionalismo (primeiro eficácia, depois eficiência) devido. É preciso mudar os projetos pedagógicos desde o ensino básico até o ensino superior. Coisa pouco provável, se considerarmos que o foco não é garantir a sustentabilidade, mas sim, a permanência no poder.

Edinaldo Marques
Professor e Consultor