quinta-feira, 29 de julho de 2010

Escalada da violência


Os casos de violência se multiplicam em todo o país, desafiam as autoridades e exigem ações urgentes. Famílias se destróem ao verem seus entes queridos serem precocemente mortos, às vezes, pela própria polícia numa clara demonstração de despreparo.

A convivência urbana está cada vez mais perigosa. Hábitos condenáveis, praticados por pessoas adultas, adolescentes e até crianças, fazem sucessivas vítimas.

O uso de drogas cresce em proporções alarmantes e traz como consequência o aumento ainda maior da criminalidade. Diariamente, a mídia estampa notícias que demonstram o quanto é urgente a adoção de providências, que possam combater e reduzir essa escalada da violência. As soluções para o problema exigem decisão política, planejamento, ações integradas e eficazes. Em síntese, vontade e gestão.

Na vida moderna as famílias não estão conseguindo cumprir o seu papel na difusão da educação e civilidade. Valores humanos como amor, ética, integridade, honestidade, generosidade, respeito, responsabilidade... tornaram-se uma raridade.

Além de combater a violência é preciso, também, criar uma cultura de paz com valores, atitudes, comportamentos e modos de vida, que promovam a não-violência. Tentar enfrentar a violência urbana apenas com repressão policial não permitirá que cheguemos a um estado aceitável e sustentável.

A saída são as escolas. Em todos os níveis de ensino, do fundamental ao superior, é necessário promover a reflexão por parte dos alunos, prepará-los mentalmente para substituir pensamentos ruins por bons. Como tudo começa na mente, se quisermos mudar a realidade atual, precisamos trabalhar os pensamentos das pessoas. Com exemplos, histórias, vídeos e metáforas, pedagogicamente apropriados, os estudantes poderão levar às suas famílias os ensinamentos que forem recebidos.

Mas, para que isso aconteça, é preciso ampliar a grade curricular, criar a disciplina “Inovação Humana”, cuja ementa terá autoconhecimento, valores humanos, liderança pessoal, inteligência emocional – autocontrole e religiosidade. Como os professores não estão treinados para isso será necessário, primeiro qualificá-los, para que depois possam repassar aos alunos.

EDINALDO MARQUES
Professor e Consultor
www.twitter.com/edinaldomarques

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Grau de desigualdade

Li o editorial da Gazeta de Alagoas, que foi publicado na edição de domingo (25 de julho), intitulado “Distâncias sociais”.

O Brasil tem avançado economicamente, mas do ponto de vista social o abismo ainda é enorme. O motivo é que não conseguimos administrar o país fazendo aquilo que deveria ser feito. O primeiro passo é fazer as reformas necessárias. Entre elas, reforma política, administrativa, fiscal, tributária, trabalhista e previdenciária.

Para isto é preciso coragem, decisão política e persistência. O grande problema é que a ampla maioria da sociedade não percebe isso. Parece ficar satisfeita apenas com bolsa-família e esquece que a sustentabilidade social depende de várias ações a serem implementadas.

Sem mudar a visão e as prioridades, sem uma revolução na educação, vamos continuar amargando resultados como o que foi divulgado pelo Pnud – Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento, que coloca o Brasil no vergonhoso índice de 3º país da América Latina em desigualdades sociais, na frente apenas do Haiti e da Bolívia.

EDINALDO MARQUES
Professor e Consultor
www.twitter.com/edinaldomarques

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Transparência


A corrupção no Brasil é um mal que sempre existiu e para combater é preciso usar uma estratégia correta. Se não for possível extirpar por completo, pelo menos, pode ser bastante reduzido. Para tal, são necessárias várias reformas: política – para estabelecer regras e procedimentos transparentes para o controle do financiamento de campanhas eleitorais; do judiciário – para reduzir a impunidade e punir mais rapidamente os casos de corrupção; administrativa – para diminuir a quantidade de cargos de confiança e o poder de barganha no jogo político com a captação de propinas nas estatais. Além disso, fazer ainda as reformas fiscal e tributária para aumentar o controle sobre os gastos públicos e reduzir o pagamento de “pedágios”.

Ocupamos, hoje, a 75ª posição no ranking dos 180 países mais corruptos do mundo. Entra e sai governo, mas a “doença endêmica” continua sem solução. Algumas pesquisas indicam que 40% é o percentual, em média, desviado em todo e qualquer processo de investimento com recursos públicos.

De acordo com a FGV – Fundação Getúlio Vargas, o prejuízo do Brasil, somente com a queda de produtividade provocada por fraudes públicas, é de US$ 3,5 bilhões por ano. A consequência é que recursos, que deveriam ser investidos em educação, saúde e segurança, por exemplo, vão para bolsos particulares. Faltam hospitais, leitos, medicamentos, médicos, educação de qualidade, estradas confortáveis e seguras, segurança pública etc.

Um estudo realizado pelo Departamento de Competitividade e Tecnologia da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), estimou que o preço da corrupção custa para o Brasil entre R$ 41,5 e R$ 69,1 bilhões por ano, o que corresponde de 1,38% a 2,3% do PIB – Produto Interno Bruto. Se o dinheiro desviado fosse investido em educação, por exemplo, poderíamos ampliar de 34,5 milhões para 51 milhões o número de estudantes matriculados na rede pública do ensino fundamental, além de melhorar as condições de vida do brasileiro.

Se não houvesse tanta corrupção, 277 novos aeroportos poderiam ter sido construídos no país. A precariedade dos terminais dos aeroportos é um dos maiores problemas para a realização da Copa do Mundo de 2014.

Sem dúvida, uma das formas preferidas para desvios de recursos públicos ocorre em obras de infraestrutura. Pela complexidade técnica fica difícil detectar algo errado. Somente um trabalho de auditoria feito por especialistas em projetos e execuções, com elevada condição moral e ética, recebendo altos salários para tentar reduzir a possibilidade de se corromperem, poderia identificar inúmeras irregularidades. São medições, mudanças de materiais, processos construtivos incompletos ou ineficazes, falta de controle tecnológico e tantos outros fatores que levam a corrupção.

Há corrupção nas obras que são feitas e se acabam antes do tempo de vida. Estradas, que deveriam durar 10 ou 20 anos, acabam-se em um ano. Obras de construção civil, que teriam uma durabilidade de 50 anos, no mínimo, precisam ser totalmente refeitas com 3 ou 4 anos de construídas e, às vezes, logo após serem inauguradas. Para isso, novos recursos são gastos e mais corrupção.

Também obras que são executadas e abandonadas sem a manutenção devida sofrem uma depreciação prematura e necessitam de novos e grandes investimentos. Tudo isso são formas de corrupção.

Edinaldo Marques
Engenheiro Civil e Consultor
www.twitter.com/edinaldomarques

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Como promover transparência


Com os eventos da Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, o Brasil vai precisar fazer investimentos pesados na infraestrutura de transportes – aeroportos, metrôs, estradas, vias de acesso... das cidades escolhidas para sediar os jogos. A Infraero estima, que no período do mundial, haverá um crescimento de 2,7 milhões de passageiros nos 16 aeroportos próximos às cidades-sede. Isto vai exigir um investimento da ordem de 6,5 bilhões de reais.

Dos 12 estádios de futebol escolhidos para os jogos oficiais do mundial, nenhum tem as características exigidas pela Fifa. Todos passarão por grandes reformas e construção de novas instalações. O valor previsto, somente nesse caso, já chega a 10 bilhões, 300% maior do que o inicialmente imaginado, devido a inclusão das coberturas das arquibancadas em todas as arenas, conforme recomendação da Fifa.

Outros aspectos importantes e que também merecerão investimentos são na segurança pública e nos sistemas de comunicação.

Num pronunciamento recente feito da África do Sul, o presidente Lula chegou a citar que haverá transparência nesses investimentos. Na realidade apenas a publicação dos recursos destinados a investimentos em obras não impedirá desvios. O caminho da corrupção ocorre através de repasses em dinheiro para ocupantes de cargos públicos por parte das empresas que executam serviços ou fornecem materiais. Somente quando há alguma discordância entre as partes envolvidas, pode surgir uma gravação ou algum outro tipo de prova do crime. Foi o que aconteceu no caso do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, que acabou sendo cassado.

Corrupção pode ocorrer de várias formas: na licitação pública, durante a execução das obras ou fornecimento de materiais, na participação societária de um ente público a partir de um “laranja” com uma empresa contratada, através da emissão de notas fiscais cujos serviços ou materiais não foram entregues...

As provas de cada tipo de crime não são fáceis de ser obtidas. Normalmente, as auditorias são simplesmente contábeis, demoradas e podem envolver novos jogos de interesses.

As empresas que executam serviços ou fornecem materiais para o governo, quando entram numa licitação pública, sabem da “cultura” reinante. Deixam embutidos nos preços uma taxa a ser repassada ou, simplesmente, reduzem suas margens de lucro para ter acesso mais rápido aos pagamentos das medições dos serviços realizados. Isso é uma regra, mas existem exceções.

Por melhores que forem os procedimentos de controle e fiscalização contábil, por mais eficientes que sejam os Tribunais de Contas dos Estados, da União e os Ministérios Públicos Estaduais e Federal, com a estrutura de hoje, é impossível evitar totalmente que isso venha a ocorrer. Uma forma de minimizar os desvios seria proceder auditorias técnicas, principalmente em grandes investimentos, cuja estrutura de trabalho precisaria ser compatível, a fim de garantir resultados positivos.

O que pode e deve ser feito é acabar com a impunidade. Quando um gestor for identificado na prática de um crime, seja quem for, deve haver rapidez na apuração e na busca das provas.

A Copa do Mundo de 2014, que é o maior evento mundial, passa a ser um grande desafio administrativo para o Brasil. Será uma oportunidade para demonstrar competência de planejamento, organização, execução e controle.

Edinaldo Marques
Engenheiro Civil e Consultor
www.twitter.com/edinaldomarques

terça-feira, 6 de julho de 2010

Salto de desenvolvimento


Do ponto de vista econômico não há dúvida de que o Brasil pode entrar para a relação de países desenvolvidos. Isto pode até ocorrer bem antes do que alguns imaginam.

A questão cruciante é a erradicação da pobreza e das desigualdades sociais, que garantirão a sustentabilidade social e o equilíbrio.
Para tal, é necessário fazer várias reformas: FISCAL, DA PREVIDÊNCIA, TRABALHISTA, TRIBUTÁRIA...

Além disso, o processo de gestão do governo federal precisa ser baseado na máxima eficácia. Dirigentes públicos e o maior número possível de servidores devem praticar hábitos proativos, planejamento pessoal, profissional e gerencial com foco nas maiores prioridades, execuções eficazes, sinergia... Em síntese, profissionalismo com EFICÁCIA e depois EFICIÊNCIA nas ações.

O Brasil será um dos principais países do mundo muito antes do que as pessoas pensam, se implantar em todos os ministérios e demais órgãos, a EFICÁCIA PESSOAL, INTERPESSOAL, GERENCIAL E ORGANIZACIONAL. Isto é um processo, que não tem como dar errado. Os resultados são sustentáveis sempre. Todos os países que fizeram ou estão fazendo isso tiveram um salto de desenvolvimento sustentável sob todos os aspectos.

Edinaldo Marques
Engenheiro Civil, Professor, Consultor e Palestrante
Autor de 4 livros
www.twitter.com/edinaldomarques
emelo@ctec.ufal.br

Tirando dúvidas sobre liderança


Há vários estilos de liderança. Hitler exerceu uma liderança chamada COERCITIVA. Isto não interessa ao mundo atual, como também não interessou em sua época. Não houve sustentabilidade, tanto que ele – Hitler terminou se suicidando.

A liderança ideal e verdadeira é a inspiradora, servidora, centrada em princípios. Na minha opinião Jesus Cristo foi o maior líder de todos os tempos. Existiram vários outros. Todos os demais aprimoraram suas virtudes de liderança alicerçados em seus valores humanos, visão e sonhos.

O líder natural é aquele que abre seu próprio caminho, a partir de sua competência, sabedoria e sinceridade. Mas ninguém nasce líder.

Todos nós somos líderes em alguma forma, formato ou tamanho. A questão a ser avaliada é o nível de liderança que cada pessoa possui e se esta liderança é centrada em princípios. Caso contrário, esse estilo de liderança não é a que interessa ao mundo atual.

Qualquer pessoa ou país que contraria princípios acaba pagando um preço alto por isso. As três características mais importantes do verdadeiro líder são: CARÁTER, INTEGRIDADE e MATURIDADE.

Edinaldo Marques
Professor, Palestrante e Consultor

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Chefiar não é liderar


Lendo os comentários que foram postados no blog do Ricardo Mota - TUDO NA HORA (04/07/2010), constata-se o quanto as pessoas CONFUNDEM liderança com chefia ou comando.

Quem dirige um órgão público ou uma empresa privada, não necessariamente exerce a LIDERANÇA. O ideal seria que o comandante fosse também o líder. Na prática não é assim que ocorre.

Há muita distorção do conceito de Liderança. Nem tudo que se lê em livros ou na internet está correto. É preciso ter cuidado com a fonte. Alguns dos mais renomados autores sobre esse tema são Peter Drucker, Tom Peters, Stephen Covey, Michael Useem, Ronald Heifetz, Santiago Álvarez, Deepak Chopra, Robert Reich, Warren Bennis, entre outros.

LIDERANÇA E COMANDO NÃO SÃO DONS DE DEUS, como afirmou quem assinou como “Verdade”. Há sim, curso para formação de líderes no Brasil e no exterior. Por exemplo, há um curso na Wharton School, uma universidade da Pensilvânia nos Estados Unidos, que é liderado pelo professor Michael Useem. Em São Paulo tem um curso na FranklinCovey. Agora, depois do curso as habilidades de liderança precisam continuar sendo desenvolvidas ao longo da vida.

Em outro comentário uma pessoa que se identifica como “alguem”, diz que em sua opinião “Lula é um líder nato”. NÃO EXISTEM LÍDERES NATOS. NINGUÉM NASCE LÍDER. Lula, como um sindicalista que foi, desenvolveu a habilidade de comunicação oral. Possui algumas características de líder, mas do ponto de vista técnico-acadêmico, não é o líder ideal. Uma liderança verdadeira deve ser CENTRADA EM PRINCÍPIOS.

Marcelo diz em seu comentário, que “liderança é um perigo”. Pelo contrário, a FALTA DE VERDADEIROS LÍDERES É QUE É UM PERIGO. Um exemplo: a crise econômica mundial, que surgiu no final de 2008, foi antes de tudo uma CRISE DE LIDERANÇAS. Além disso, Marcelo acrescenta: “Nem sempre alguém que “preencha” todos os requisitos se sairá bem no cargo”. Uma coisa é liderar, outra é administrar. As pessoas confundem os conceitos. Liderar é fazer as coisas certas. Já administrar é fazer certo as coisas. Há uma sutil diferença entre os dois conceitos.

Adelino Ferreira da C. Filho, cita que “liderança é um dom natural”. NÃO É VERDADE. Este é um paradigma que deve ser substituído. A única pessoa que já nasceu líder foi Jesus Cristo.

Vou deixar meu email e meu twitter, para que aquelas pessoas que queiram debater o assunto possam entrar em contato comigo.