segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Líder ou gestor


Assisti a entrevista ao vivo no Bom Dia Brasil de hoje (20), com a candidata a presidência Marina Silva.

Uma das perguntas formuladas pela jornalista Renata: “a senhora disse diversas vezes que não é preciso discutir quem é o melhor gerente para o Brasil, que não é isso que vai nos tirar do atraso. Mas candidata, o presidente não tem que ser um bom gerente, um bom gestor?”

Em pleno século XXI, num ambiente de grande complexidade, turbulências, incertezas e mudanças constantes, o gerente precisa ser substituído pelo líder. No século XIX e até metade do século XX predominou a figura do gerente ou gerentão. Hoje, o quadro é diferente. Antes de gerenciar é preciso saber liderar: ser visionário, ter visão estratégica, pensamento sistêmico e holístico, coragem, integridade, energia, saber ouvir, ter foco e, principalmente, inspirar confiança.

Quanto mais líderes existirem em posições estratégicas, mais rapidamente o país mudará os atuais resultados.

O apagão de lideranças precisa ser substituído pela presença do maior número possível de verdadeiros líderes.

Na política brasileira, se nós quisermos resultados diferentes dos atuais, é preciso fazer as coisas também de forma diferente.

Edinaldo Marques
Professor da Ufal com Mestrado em Administração
Consultor e Palestrante

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Subutilização do servidor


A maioria da força de trabalho dentro do serviço público brasileiro tem mais talento, capacidade de produção e criatividade do que aquilo que é colocado em prática diariamente. A mentalidade da era industrial – séculos XIX e parte do século XX, que considerava as pessoas como coisas e tinha no controle a estratégia para garantir a produção, nos dias atuais, continua impregnada na cabeça de muitos administradores públicos. Isso provoca desperdícios incalculáveis à população brasileira, não perceptíveis aos que exercem chefias.

Para chegarmos a um desempenho superior e sustentável é preciso treinar chefes e servidores públicos, para que liderem mais e chefiem menos, adquiram o hábito de focar e executar as prioridades a serem atingidas, sejam mais proativos, confiáveis, aumentem a velocidade da confiança interpessoal e incorporem novas competências.

Essa decisão, se tomada em cada órgão da administração pública, promoverá maior comprometimento, motivação e sinergia, o que aumentarão os resultados. Haverá redução na burocracia e respostas mais rápidas serão dadas para os inúmeros problemas da população – segurança, educação, saúde, transportes...

Edinaldo Marques
Professor e Consultor
www.twitter.com/edinaldomarques

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Administrador profissional


9 de setembro é o dia do administrador. Nossas homenagens àqueles que exercem essa profissão e colocam em prática teorias administrativas, métodos, ferramentas e processos que transformam objetivos em resultados. A ciência da administração moderna é, sem dúvida, o caminho para a sustentabilidade.

Ainda hoje, em pleno século XXI, num mundo complexo, veloz, incerto, cheio de turbulências e de mudanças constantes, várias empresas públicas e privadas brasileiras são administradas no improviso, sem o profissionalismo necessário, para que resultados positivos possam ser alcançados muito mais rapidamente e com menores recursos financeiros.

O que observamos são pessoas que não dominam processos eficazes de gestão ocuparem funções estratégicas complexas, sem terem as competências mínimas necessárias para o exercício do cargo. Fazem alguma coisa, mas deixam de fazer muito mais, desperdiçam tempo e dinheiro, vivem no paradigma do “errar é humano”, não sabem como gerenciar pessoas, contribuem para um clima de alta desmotivação e de baixa produtividade.

Se necessitarmos fazer uma cirurgia cardíaca, por exemplo, certamente, procuraremos um médico cardiologista com experiência e resultados comprovados. Entretanto, no exercício de tarefas administrativas, o que mais vemos são profissionais – graduados ou não, de diversas especialidades, sem visão sistêmica e holística, sem o domínio de processos e ferramentas eficazes de liderança e gestão, exercerem posições de comando. A consequência está nos resultados. A lentidão com que as ações são postas em prática é enorme. Falta a prática correta da técnica de planejamento, execução, foco, gestão de pessoas e processos.

O atendimento às necessidades básicas da população, como educação, saúde, segurança, habitação..., é feito a conta-gotas. Alguns dirão que é por falta de dinheiro. Mas, os recursos financeiros, apesar de fundamentais, não são a causa principal. Esta, passa pelo amadorismo administrativo, aliado à falta de ética.

Alguns pontos precisam ser do domínio daqueles que ocupam funções administrativas: como exercer a liderança intrapessoal – liderar a si? como exercer a liderança interpessoal? como gerenciar com eficácia nos dias atuais? como elaborar um planejamento? como definir prioridades? como inspirar servidores ou colaboradores para que trabalhem comprometidos e motivados? como promover motivação duradoura? como administrar o tempo com eficácia? como aumentar a produtividade de uma equipe? como praticar a proatividade? como trabalhar em equipe? como conseguir a excelência no serviço público ou privado? como criar sinergia entre os membros de uma equipe? como promover inovação? que paradigmas devem ser utilizados para uma gestão de resultados no século XXI?

Enquanto isso não for realidade, vamos ser esse país rico, com tantas possibilidades de crescimento, mas com resultados tão lentos, aonde a ineficácia e ineficiência são visíveis.

Edinaldo Marques
Engº Civil, Mestrado em Administração e Consultor

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

14 pontos para uma gestão pública de resultados

Por que alguns gestores públicos têm sucesso em suas tarefas de administrar e outros não apresentam resultados merecedores de aplausos?

Existem alguns pontos que são fundamentais para se conseguir fazer uma gestão pública com resultados positivos. Vamos citar quatorze pontos:

1°) Definição clara dos objetivos que se pretende alcançar, acompanhada de prazos para que metas parciais possam ser avaliadas;

2°) Planejamento das ações necessárias, para que os objetivos ou políticas públicas possam ser alcançadas. Pensar e agir seguindo o planejamento estratégico;

3°) Estabelecimento da sequência de prioridades, visando transformar objetivos em realidade. É preciso buscar sempre a melhor maneira de fazer as coisas;

4°) Buscar o comprometimento do maior número possível de assessores diretos, indiretos, líderes administrativos etc.;

5°) Ouvir o que dizem as pessoas que formam a sociedade, formadores de opinião e líderes de comunidades;

6°) Formar multiplicadores, isto é, pessoas preparadas para debater e defender ideias;

7°) Avaliar, periodicamente, se as metas estão sendo cumpridas e, caso contrário, reformular as estratégias;

8°) Manter permanente contato com a população através de audiências públicas e privadas;

9°) Ter projetos competentes de tudo aquilo que pretender realizar e identificar as possíveis linhas de financiamento – orçamentária (do governo federal ou própria), Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento, parceria público-privada, emendas individuais ou coletivas de bancada, convênios etc.;

10°) Cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal;

11°) Implantar um processo de gestão que seja realmente eficaz;

12°) Trabalhar com transparência e perseverar sempre;

13) Implantar um programa de T & D – Treinamento e Desenvolvimento em todos os órgãos governamentais, a fim de diagnosticar necessidades, planejar, executar e avaliar resultados, promovendo crescimento pessoal e profissional dos servidores;

14) Criar planos de cargos e salários e instituir a meritocracia como forma de evolução na carreira pública.

Para cumprir uma agenda intensa de trabalho em quatro anos - período de um governo, é preciso aprender a gerenciar bem o tempo. Saber distinguir o que é essencial, importante e o que pode ficar para depois.

Edinaldo Marques
Professor da Ufal e Consultor
www.twitter.com/edinaldomarques
emelo@ctec.ufal.br