quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Desnivelamento das caixas


A prefeitura de Maceió tem feito fresagem e recapeamento em algumas ruas da cidade, mas deixa as caixas de passagem dos serviços públicos da Casal - bueiros, na maioria dos casos, desniveladas, ou seja, abaixo ou acima da cota final do asfalto. Isto obriga aos motoristas a estarem sempre desviando dessas "armadilhas", para evitar problemas na suspensão, avarias no balanceamento, alinhamento, jantes e pneus.

Além de provocar desconforto para motoristas e usuários, ainda há o aumento da possibilidade de colisões, em face dos desvios repentinos que podem ocorrer nas trilhas de rodas. Outro problema é que o motorista reduz para passar no bueiro desnivelado e quem vem atrás pode não conseguir parar e bater.

Há tampas que ficaram mais profundas do que antes da nova cobertura asfáltica, algumas com diferença de até 8 cm. O prejuízo de um motorista, que tem o azar de cair nas "armadilhas", pode ser grande. Além do conjunto da suspensão, pneu e aro de roda, é possível quebrar a caixa de marcha. O total do conserto pode chegar a R$ 2 mil.

Essa é uma questão simples de ser resolvida. Depende, tão somente, da vontade do gestor e das equipes de fiscalização em propiciarem um serviço de melhor qualidade à comunidade. Depois da camada asfáltica concluída é só corrigir a altura das tampas.

Por outro lado, as operações de tapa-buracos não conseguem garantir melhores condições de superfície nas vias, em virtude do excessivo número de deformações permanentes, que se formam diariamente. A idade do pavimento e a falta de uma manutenção mais eficaz são algumas das causas.

Edinaldo Marques
Engº Civil e Consultor
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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Prioridade


Em geral, por que as administrações municipais tendem a priorizar a infraestrutura – obras de pavimentação, viadutos e deixam outras áreas de governo, até mais importantes, ou tão importantes quanto, como educação, saúde, mobilidade urbana, sem a mesma atenção?

Primeiro, é mais fácil conseguir visibilidade política ao executar determinados tipos de obras de infraestrutura do que ao realizar ações no âmbito da educação, da saúde e dos transportes. Nestes casos, as respostas somente virão depois de um algum tempo, ou seja, não há visibilidade imediata. Como os governos são de quatro ou oito anos – se conseguirem a reeleição, passam a focar mais naquilo cujos resultados são rápidos.

O segundo ponto da questão é a visão, competência, qualidade dos valores pessoais e o grau de responsabilidade do governante. São fatores fundamentais, que fazem enorme diferença.

Terceiro, do ponto de vista de gestão é mais fácil licitar e contratar empresas para fazer obras do que montar sistemas e subsistemas eficazes de gestão, que promovam resultados positivos na educação, saúde e mobilidade urbana. Ou seja, a complexidade da gestão nestas áreas é maior.

Edinaldo Marques
Engº Civil e Consultor

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Via Expressa


A Via Expressa de Maceió, hoje batizada com o nome de avenida Menino Marcelo, foi concebida originalmente em 1978 para escoar a produção agrícola do interior de Alagoas até o Porto no bairro de Jaraguá. A extensão prevista era de 17,9 quilômetros, duas faixas com uma largura final de 7,20 metros de pista de rolamento e 3 metros de acostamento para cada lado. A ideia era ligar o transporte rodoviário ao portuário e garantir fluidez.

A obra foi executada numa parceria entre a União e o Estado de Alagoas – obra delegada. A fiscalização direta foi do Estado, através do DER-AL, enquanto a supervisão coube ao antigo DNER, hoje DNIT.

Tecnicamente, desde a implantação do primeiro trecho da rodovia – cerca de 15 quilômetros, em 1981, até o presente, nunca teve características de uma Via Expressa. Ou seja, na realidade, a Via Expressa não saiu do papel. O segundo trecho que compreendia, além das pistas de rolamento mais cinco viadutos, nunca foi implantado.

A ideia inicial do projeto era a de que não haveria semáforos nem lombadas. O fluxo de veículos leves e pesados seria contínuo, sem interferências laterais de tráfego e de pedestres. Isto significa que a Via Expressa deveria ser a via mais rápida e segura de Maceió.

Deveria, mas não é! Hoje, aquela via está cheia de interferências laterais, saturada, registrando longos engarrafamentos, os acostamentos foram transformados em pista de rolamento e em muitos locais não há acostamento. Bicicletas e motos disputam a vez com veículos de todo tipo. Muita gente já foi atropelada e/ou morta. A situação se agravará ainda mais, quando forem concluídas várias das obras imobiliárias em andamento.

Chegou a essa situação, porque não houve fiscalização para preservação do patrimônio público. Quando da construção foi desapropriada e indenizada uma faixa de domínio de 80 metros, ou seja, 40 metros para cada lado e colocadas cercas de concreto com arame farpado para garantir futuros melhoramentos, como a duplicação da via, construção de vias locais e de ciclovias. Áreas que passaram a ser do Estado a partir das indenizações realizadas entre 1978 e 1980 foram invadidas ao longo desses anos por particulares e surgiram construções, algumas a menos de dois metros do asfalto, o que dificulta melhorias.

Apesar de ser agora mais difícil, se o Estado ou União desejar, poderá indenizar novamente as áreas que já lhes pertenciam, ou brigar na Justiça, para que seja reconhecido o direito de utilizá-las.

A verdade é que algo precisa ser feito e já, porque se caminha para um caos total naquela avenida.

Edinaldo Marques
Engº Civil, Consultor e Palestrante
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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Infraestrutura - parte II


Vamos colocar de uma forma geral, didática e sequencial alguns passos para melhorar, de modo sustentado, o trânsito e a mobilidade urbana em Maceió:

1º) Que cidade se deseja?
2º) Qual cidade é possível?
3º) Realização de brainstorms e sessões públicas, a fim de coletar ideias ou sugestões da sociedade em geral;
4º) Promover mudança de mentalidade - elaboração de um planejamento de curto, médio e longo prazos, levando-se em conta os 3 ativos: físico, orçamentário-financeiro e humano. Deverá ser executado ao longo de diversos governos. Será preciso cumprir o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e as metas de Mobilidade Urbana, que forem definidas no plano;
5º) Visão sistêmica e responsabilidade para definir a sequência de prioridades a serem implantadas, levando-se em conta a integração e/ou intermodalidade de transportes viáveis para Maceió;
6º) Definição e priorização de implantação de novos equipamentos tipo viadutos, passarelas, estações de transbordo etc.;
7º) Eliminação de gargalos com desapropriações para implantação de projetos específicos em várias áreas da cidade;
8º) Implantar um processo de gestão que seja eficaz do ponto de vista pessoal, interpessoal, gerencial e organizacional, a fim de no longo prazo conseguir uma melhor convivência urbana entre todos os integrantes do sistema: pedestres, ciclistas, motociclistas e veículos.

Edinaldo Marques
Engº Civil, Professor, Consultor e Palestrante
www.twitter.com/edinaldomarques

Infraestrutura - parte I


São muitas as necessidades de investimento da cidade de Maceió. Uma capital que deseja crescer de forma organizada e sustentada, receber mais turistas, gerar empregos e renda, não pode deixar de priorizar ações que visem à melhoria de sua infraestrutura urbana. As carências principais estão nos transportes, habitação, saneamento e abastecimento d’água. Vamos concentrar nossa análise no setor de transportes.

Maceió, como toda cidade, é composta por um sistema viário e modalidades de transporte. O sistema viário é compreendido pelas vias – ruas e avenidas, pontes, viadutos, travessias, veículos, ciclistas, motociclistas e pedestres. Dois pontos, logo de partida, que precisam ser debatidos: 1º) que cidade queremos?; e, 2º) qual podemos construir?

Praticamente, a única modalidade de transporte aqui existente é o rodoviário – carros, ônibus e caminhões, ao contrário de outras cidades que utilizam o trem, metrô de superfície ou de subsuperfície, além da navegação costeira, fluvial ou lagunar.

Outro ponto a ser considerado é o uso cada vez maior de bicicletas e motos, que são meios de transportes alternativos e econômicos. O crescimento de acidentes com perdas de vidas humanas e/ou deficiências físicas permanentes envolvendo esses tipos de transporte exigem a busca de soluções.

É preciso pensar, discutir e planejar o sistema viário da Maceió do futuro. Se hoje o caos já é uma realidade em vários pontos da cidade, a tendência é um agravamento da situação com engarrafamentos quilométricos sem opções de escoamento.

Sem dúvida, o traçado pelo Vale do Reginaldo é uma opção viável, mas a lentidão da obra ora realizada é grande, além de não contemplar metrô de superfície, como originalmente (1990) o projeto foi concebido. Se fosse incluído seria um transporte de massa seguro, econômico e confortável, que promoveria mudança de hábito da população, que passaria a deixar seu veículo individual em casa e utilizar o coletivo.

Qualquer proposta exequível e econômica para melhorar o sistema viário de Maceió deve passar também pela classificação funcional de cada via – expressas, arteriais, coletoras e locais. Não há em nossa capital nenhuma via que se enquadre na condição de uma via expressa. Até mesmo a batizada pelo nome de “Via Expressa”, nunca teve características técnicas que justificassem o seu nome.

A avenida Fernandes Lima – nossa principal via de acesso, pode ser classificada como uma via arterial, pois serve a um grande volume de tráfego (da ordem de 40 mil veículos por dia, em média). Possui características geométricas que permitem velocidades entre 60 e 80 km/h. As demais ruas e avenidas são todas vias coletoras ou locais e têm como característica muitos conflitos viários.

Feita a classificação devemos passar a levantar as condições de superfície ou de pavimento de cada via: sua idade, tipo de tráfego, base do pavimento, microdrenagem existente etc., condições de serventia – conforto e segurança, para poder depois diagnosticar a solução precisa para cada rua ou avenida. Se assim procedermos, iremos buscar a melhor solução técnica e economicamente viável. Isto é importante ser feito para garantir a boa gestão dos recursos públicos.

Além disso, é necessário considerar as particularidades dos pavimentos das vias urbanas. Nos pontos de paradas de ônibus, manter um pavimento asfáltico, não é correto. O aparecimento de deformações permanentes e buracos será muito rápido. Nesses casos é melhor mudar o material para concreto de cimento.

Para reduzir os acidentes e preservar o que há de mais importante – a vida dos usuários do sistema viário (motoristas, ciclistas, motociclistas e pedestres), além de perdas materiais, é fundamental pensar na implantação de um Centro de Análise e Controle de Acidentes – CACA. Pesquisas indicam que o número de acidentes de trânsito em nossas vias aumenta com a precipitação pluviométrica média mensal e com o número de dias chuvosos em cada mês. Podemos determinar os pontos mais críticos das vias em termos de acidentes, o que geralmente ocorre em alguns cruzamentos e entroncamentos. Mesmo em dias secos é comum ocorrerem acidentes em semáforos e cruzamentos. Melhorando-se as condições das superfícies e da sinalização, a partir de intervenções nos pontos críticos, é possível aumentar a atenção dos motoristas e a possibilidade de frenagem.

A interação motorista – veículo – passageiro – via – meio ambiente, no dia-a-dia, é muito grande. É necessário buscarmos as melhores condições de conforto, segurança e economia de operação para toda a comunidade, inclusive turistas que nos visitam. Somente assim, conseguiremos, em relação ao sistema viário, uma efetiva melhoria da qualidade de vida. Estimam que os desperdícios anuais assumidos pelos usuários, em função da falta de conservação adequada das vias – excesso de buracos e outros defeitos, estão acima dos 100 milhões de reais.

A melhoria da segurança urbana deve ser encarada sob todos os aspectos, principalmente nos dias atuais, aonde se verifica que as cidades impõem um elevado “stress” aos usuários do sistema viário, em geral saturado. Este problema se agrava dia após dia com o crescimento da população urbana, desorganização urbana, falta de planejamento e o aumento do número de veículos circulantes nas ruas e avenidas de Maceió.

Portanto, as soluções exigem uma sequência de governos, que trabalhem seguindo um planejamento e sequência de prioridades concebidos com profissionalismo e competência, levando em conta, simultaneamente, os 3 ativos: físico, orçamentário-financeiro e humano.

EDINALDO MARQUES
Engenheiro Civil, Professor da UFAL, Mestre em Administração e Consultor
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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Asfalto ou cimento?


Esta é uma discussão comum em congressos de pavimentação de estradas e no meio técnico em geral.

A pavimentação de estradas feita com concreto de cimento é, seguramente, a melhor escolha para estradas com tráfego intenso e pesado, como as principais rodovias de escoamento da produção nacional. Já o custo inicial de implantação tende a ser sempre maior do que o asfalto.

Porém, é preciso esclarecer que os pavimentos feitos com asfalto, também são muito bons. Se há excessivos buracos nas estradas asfaltadas é porque houve falhas, principalmente durante a execução das mesmas ou na manutenção. Isto é, os procedimentos construtivos não receberam o controle tecnológico devido. Outro aspecto a considerar é que, quando se constrói com asfalto, as camadas internas do pavimento e o subleito (ou terreno de fundação) precisam ser melhor analisados.

Portanto, a decisão quanto ao uso de asfalto ou de concreto deve levar em conta o volume médio diário de tráfego e os valores das cargas transportadas.

Outro ponto a ser considerado é a qualidade da manutenção rodoviária adotada por aqueles que deveriam cuidar da operação das vias pavimentadas: na maioria das vezes inexistente ou ineficaz. Ao contrário do concreto de cimento, a pavimentação em asfalto exige uma manutenção preventiva e corretiva mais constante.

Em rodovias de tráfego muito pesado e intenso a pavimentação asfáltica pode até atingir a vida de 25 anos, se for devidamente projetada, construída e receber as manutenções preventivas e corretivas necessárias.

O que precisa ao Brasil é uma maior responsabilidade com esse imenso patrimônio constituído pelas estradas, além de visão política-administrativa séria e eficaz.

Enquanto a percepção não mudar, persistirão o elevado “Custo Brasil” e o desperdício de recursos públicos.

Edinaldo Marques
Engenheiro civil, Professor , Consultor e Palestrante
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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Estudantes da USP


O que levaram alguns estudantes da USP a invadir a reitoria daquela universidade e depredar o patrimônio público? O caso somente foi resolvido depois que houve intervenção da polícia militar. Alguns ainda estão presos.

Esse foi um fato que repercutiu em todo o país. Há sempre um ou alguns motivos por trás de uma determinada ação.

Como pensam os estudantes que participaram desse movimento? Será que têm clareza de visão e conhecem suas missões pessoais? Quais são seus valores?

Há uma equação que diz: a missão pessoal está para o indivíduo, assim como a Constituição de um país está para seu povo. Imaginem um país sem Constituição? Vira uma baderna! O mesmo pode ocorrer com pessoas, que não têm bússola interior.

Sabe-se das teorias comportamentais, que as pessoas sempre se motivam por necessidades não atendidas. Que necessidades não estão sendo atendidas para os estudantes?

Cada pessoa tem suas crenças e algumas podem ser destrutivas. A qualidade das crenças é o determina o sucesso.

Edinaldo Marques
Professor, Consultor e Palestrante
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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A força do querer


Qual o único animal capaz de fazer greve de fome? Sem dúvida, é o homem. Apesar de saber que isso causa riscos à saúde e pode levar até a morte, alguns já passaram vários dias sem se alimentar para protestar por algo que não concordavam.

Esse exemplo mostra o quanto é poderosa a força do querer. Dá para concluir, que a vontade humana é decisiva, ou seja, está acima da razão. Jamais será lógico alguém passar fome por iniciativa própria, mas mesmo assim já fizeram isso.

Que energia tão forte pode vencer a capacidade de decidir com a razão? Trata-se da automotivação. É uma energia interior, concentrada na mente humana e que somente pode ser resgatada por cada um. Influências externas produzidas na família, escola ou no trabalho podem ajudar, tanto positiva como negativamente no uso dessa energia. Porém, o acesso é propriedade exclusiva das pessoas.

Este raciocínio leva a deduzir que a verdadeira motivação não é promovida por tapinhas nas costas, incentivos e prêmios. Isto ajuda, mas não é o principal. Cabe àqueles que comandam outras pessoas terem essa visão e procurarem criar as condições, que permitam aos subordinados maior facilidade no uso de sua principal energia – a motivação.

No passado (início do século XX), por exemplo, na época de Henry Ford - empreendedor da Ford Company, pensava-se que para motivar era preciso pagar em dia, dar incentivos. Ou seja, imaginava-se que o homem podia ter seu comportamento condicionado. Hoje, pesquisas mais recentes demonstram, que o homem não é uma coisa, ou um golfinho, que pode ter o comportamento motivado por meio de algum prêmio. A verdadeira motivação nasce de necessidades interiores e não de influências externas. Esta é uma mudança de paradigma, mas que em pleno século XXI, não é percebida por alguns dirigentes.

O Brasil se prepara para disputar a Copa do Mundo em 2014. Apesar de na atualidade não ser considerado o número um no ranking da Fifa, se alinhar talento com vontade, criar nos jogadores uma visualização e propósito mental, que permitam com que cada integrante do time veja o quanto importante será levantar o caneco de campeão, não se tem dúvida de que essa equação – talento mais motivação, será decisiva para o sucesso. Este, depende 99% de transpiração e somente 1% de inspiração. Dois cientistas disseram isso, Einstein e Benjamin Franklin.

Para se sagrar hexacampeão não bastará apenas treinamento com bola e talento. Será preciso, também, um trabalho psicológico e de compreensão de resgate da energia diferencial na vida e nos resultados: automotivação. O processo de utilização dessa energia precisa ser do conhecimento de todo e qualquer profissional. É possível deixar de lado uma energia tão poderosa?

Edinaldo Marques
Engº Civil, Professor e Consultor
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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Descompromisso


Principalmente dirigentes públicos reclamam do descompromisso de alguns servidores para com as metas estabelecidas nos órgãos. Isso faz com que haja lentidão nas ações e, consequentemente, as respostas que a sociedade espera passam a ser muito lentas. Há os que tentam justificar a falta de agilidade com a alegação de que a burocracia atrapalha. Na verdade a burocracia é necessária, porém o excesso, este sim, é que atrapalha. As causas principais da lentidão nos processos e ações dentro do serviço público são falhas do tipo de gestão, de planejamento, procrastinação ou necessidade de melhor treinamento do pessoal.

Como seria possível substituir descompromisso por compromisso? Com um processo de gestão do tipo empowerment. Na prática isto é difícil de ocorrer, em virtude da falta de vontade política.

Então, a alternativa é implantar um T & D no órgão com o objetivo de mudar paradigmas e práticas. Se a metodologia aplicada for correta, não resolverá todos os casos de descompromisso, mas os resultados, no todo, serão positivos. A maioria do pessoal tende a mudar, quando substitui seus pontos de vista bloqueadores. Esse trabalho precisa ser feito acompanhado de um processo que vise fazer com que os servidores entendam como funciona sua automotivação.

Sem dúvida a insatisfação salarial pode atrapalhar, mas no processo de automotivação há outros fatores a serem levados em consideração, como por exemplo, realização pessoal, reconhecimento, perspectivas futuras e clima organizacional.

Uma parte essencial do treinamento é aquela que promove mudança de hábito, começando com a prática da proatividade. Com 3 meses de dinâmicas de grupos e trabalho de coaching os resultados positivos começarão a ser visíveis.

É preciso deixar claro o seguinte: se os dirigentes públicos, ao invés de apenas agirem como chefes em seus órgãos, passarem a ser também líderes eficazes e derem bons exemplos, criar-se-ão as condições mais favoráveis para agilização das ações públicas.

Edinaldo Marques
Professor, Consultor e Palestrante
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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Inovação na Educação


Além do sólido conhecimento que deve ser obtido durante o ensino fundamental, profissional e/ou superior, duas competências precisam ser desenvolvidas pelos estudantes, pois melhorarão a qualidade de suas decisões e aumentarão a produtividade no trabalho e na vida. São elas, liderança e motivação. Ambas fazem parte de uma das teorias de Administração - Comportamental. Sabemos que o comportamento é um fator decisivo nos resultados obtidos.

Como conseguir buscar automotivação e superar momentos de baixa energia motivacional? O que motiva as pessoas? Como conseguir inspirar outras pessoas no ambiente de trabalho? Que capacidades mais importam para os líderes? Quais as etapas necessárias para a formação de um grande líder? Qual a importância da prática da liderança eficaz nos dias atuais?

Estas são apenas algumas das questões, que precisam ser do conhecimento dos estudantes, no sentido de dotá-los de competências duráveis para o futuro exercício da profissão e, também, para a vida.

Segundo Peter Drucker, um dos desafios que as corporações têm enfrentado é a melhoria da produtividade incrivelmente baixa dos trabalhadores do conhecimento. Como mudar essa realidade? É preciso agregar outras inteligências aquelas que já são normalmente desenvolvidas pelos estudantes, como por exemplo, a lógica-matemática.

Howard Gardner trata dessa questão em seu livro Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Agregar capacidade e habilidades mentais aos talentos é fundamental para os resultados. Trabalhar, simultaneamente, a inteligência lógica, emocional e operacional significa um passo adiante na formação de pessoas mais equilibradas e de grandes profissionais.

Por que o MEC e as secretarias de Educação não criam um programa de desenvolvimento contínuo da capacidade de liderar e automotivar já a partir dos primeiros anos de aprendizagem? Esta seria uma grande inovação, que se fosse analisada, discutida e implantada melhorariam os resultados e permitiriam que o Brasil avançasse mais rapidamente na direção da competitividade.

Edinaldo Marques
Engº Civil, Professor, Consultor e Palestrante

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

84ª posição no IDH


O Brasil parece um avião moderno, mas com motor de ultraleve pilotado por amadores. Esta é a metáfora apropriada para a posição do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do País. Apesar de ter subido uma posição no ranking de 187 nações avaliadas do mundo, ainda estamos muito longe do ideal. Continuamos atrás de vários países aqui da América Latina: Argentina, Venezuela, Peru, Jamaica, Costa Rica, Venezuela e Peru.

Como sempre a educação é o nosso principal entrave. Que paradoxo! Se economicamente somos a 7ª potência no mundo, em termos de desenvolvimento deixamos a desejar. Crescimento e desenvolvimento não são a mesma coisa. O primeiro é quantitativo. Já o segundo é mais qualitativo, ou seja, depende de índices sociais.

O resultado tem uma causa: a baixa qualidade dos líderes e administradores. Se não faltam recursos, pois a economia mostra isto, então o que falta? Sem dúvida, a falha está na visão, definição de prioridades, compromisso real com o futuro, foco e execução. A mudança passa necessariamente por uma educação integral e de melhor qualidade, que prepare o jovem para o século XXI.

Não adianta melhorar a educação, a partir de paradigmas ultrapassados. Os resultados avançarão, mas ainda muito lentamente. Estamos num mundo veloz e competitivo. A tão falada revolução na educação, por aqui, não sai do sonho. Porque, simplemente, não é uma real prioridade do governo. Voltamos toda a atenção e investimentos para a Copa do Mundo de 2014. E por que não fazemos, paralelamente, o mesmo em relação à educação?

7,2 anos em média dentro de uma sala de aula ainda é pouco para superar as desigualdades do País. As crianças no Brasil estudam menos do que na China, África do Sul e no Chile.

Um dos vilões do IDH brasileiro não é o capitalismo selvagem, mas o sistema tributário do País, que precisaria ser modificado. Quem se interessa por isto?

A Noruega, que ocupa o 1º lugar no ranking mundial, tem uma renda nacional bruta quatro vezes melhor que a nossa e o dobro do tempo de escola.

Edinaldo Marques
Engº Civil, Professor e Consultor
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