terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Desabamento no RJ


O desabamento de três prédios no Rio de Janeiro, que vitimou 17 pessoas e 5 ainda estão desaparecidas, põe em dúvida a falta de manutenção de edifícios e/ou qualidade das obras de reforma.

O relatório final sobre a causa do problema ainda não foi divulgado. Peritos esperam a entrega das plantas originais para realizar as análises e chegar às conclusões. Várias hipóteses foram veiculadas na mídia.

Para prevenir e evitar outras tragédias o que podem fazer prefeituras, governos e CREAs?

Poderiam firmar parcerias com a participação também das universidades e de consultores independentes, no sentido de vistoriar e avaliar as condições de alguns edifícios, tanto públicos como privados, principalmente aqueles que apresentassem sinais aparentes de patologias.

EDINALDO MARQUES
Engenheiro Civil e Consultor
@EdinaldoMarques

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Na contramão


Na política, administração da coisa pública, vida pessoal, quem não segue princípios tende, mais cedo ou mais tarde, a sofrer derrotas. É como se caminhasse na contramão. Exemplos existem muitos e poderiam ser aqui citados.

Alguém pode enganar por muito tempo a muita gente, mas não pode enganar o tempo todo. Esta é uma regra geral. Práticas precisam ser coerentes com os princípios. Quando não é assim, as derrotas começam a acontecer. Podem vir lentamente, principalmente, quando se está no exercício de um cargo público.

Princípios são verdades absolutas, funcionam como leis naturais, são aceitos aqui e em qualquer parte do mundo. Por exemplo, princípio da dignidade humana, da imparcialidade, da justiça, da integridade, da honestidade, do servir, da paciência, da qualidade ou excelência, da educação, da responsabilidade...

Uma sociedade cujos valores postos em prática contrariam os princípios nunca encontrará o equilíbrio social desejado. Aí falta tudo: água, energia, casa, emprego, renda, educação, saúde, alimentação, dignidade social, estrada, segurança, mobilidade urbana, pessoas morrem soterradas todos os anos...

Alguns perguntam por que o Brasil apesar de ser a 6ª economia do mundo, está na 84ª posição em termos de IDH? Há anos contraria princípios.

Edinaldo Marques
Engº Civil e Consultor
@EdinaldoMarques

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Tecnologia e processos


Quatro coisas devem ser levadas em consideração quando se decide executar qualquer trabalho: tecnologia, pessoas, processos e recursos financeiros. Se, pelo menos, um destes requisitos for deficiente, o tempo gasto para se atingir um resultado será maior. Consegue-se fazer alguma coisa. Mas muito mais deixará de ser feito.

A tecnologia é essencial, para que os dados e as informações necessárias estejam disponíveis e possam ser utilizadas a qualquer tempo. As empresas ou órgãos públicos, que não usam a ferramenta tecnologia da informação, deixam de cumprir metas maiores e demoram mais tempo para executar metas menores. No mundo da velocidade do conhecimento e da informação não dispor de sistemas informatizados e atualizados pode ser fatal para o futuro da organização. Com tecnologia pode-se trabalhar em qualquer lugar, a qualquer hora e aumentar consideravelmente a produtividade individual e coletiva.

Já as pessoas que compõem a equipe de trabalho precisam ser suficientemente eficientes no desempenho de suas funções. Fazer certo as coisas deveria ser um dever de todo e qualquer profissional. Mas o diferencial competitivo nos dias atuais é a eficácia pessoal, interpessoal, gerencial e organizacional que não poderiam deixar de ser praticadas. Isto faz uma enorme diferença.

É no ativo humano que reside o grande problema dos órgãos públicos no Brasil. Alguns conseguem até ter profissionais eficientes, técnicos competentes, mas falta a eficácia administrativa necessária, para que os maiores e melhores resultados possam ser conquistados. Metas e objetivos não são cumpridos em função das pessoas desconhecerem ou não usarem práticas eficazes.

Quanto aos processos precisam ter um fluxo, que seja do domínio do ativo humano. O método de gestão deve ser participativo, ágil e que incentive a utilização da criatividade humana.

Recursos financeiros também são um fator importante na execução dos planos e projetos. Por incrível que possa parecer, o lado financeiro não é o problema principal dos baixos resultados medidos.

Se os quatro fatores citados anteriormente forem usados com planejamento e foco na execução não se terá a repetição, ano após ano, de tantas tragédias no País.

EDINALDO MARQUES
Engenheiro Civil e Consultor
@EdinaldoMarques

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Erro político


Vai demorar ainda algum tempo – talvez décadas, para que a maioria dos políticos perceba a importância da qualificação técnica das pessoas escolhidas para compor uma equipe de governo, aliada à capacidade de liderança eficaz e de gestão. Apostar na improvisação, no “amigo” ou “companheiro”, para exercer um cargo público estratégico e complexo, é o mesmo que trabalhar contra a população.

A confiança é, sem dúvida, um fator importante para um trabalho em equipe, mas deve estar associada à competência administrativa, principalmente, quando se tratar de funções estratégicas.

Se a intenção for mesmo voltada ao atendimento das necessidades da população no menor tempo possível, por que não apostar na direção da competência administrativa?

Casos, cada vez mais frequentes, têm sido trazidos pela mídia sobre situações de gestores públicos - ou melhor, pseudo-gestores, que por falta de visão sistêmica e capacidade de gestão, produzem resultados negativos em suas pastas.

Edinaldo Marques
Engº Civil e Consultor
@EdinaldoMarques

Duplicação da AL 101 Sul


A conclusão das obras de duplicação da AL 101 Sul, que liga Maceió à Praia do Francês, Barra de São Miguel e praia do Gunga, está próxima do final. Ainda este ano a obra será totalmente entregue à população. Do ponto de vista econômico, social e de segurança viária foi um investimento importante para o Estado de Alagoas.

Tecnicamente, ao longo da execução da obra rodoviária, observou-se a falta de um controle tecnológico, que garanta a durabilidade prevista no projeto. Provavelmente, essa deficiência fará com que a vida de serviço daquela rodovia seja menor do que a vida útil prevista. A consequência é que antes do tempo normal - 10 anos, poderá haver necessidade de novos investimentos e recuperação da rodovia.

A quase totalidade das obras executadas em Alagoas e no país apresentam problemas prematuros, que implicam em novos gastos antes do tempo, em face do sistema de controle tecnológico não ser o ideal. Há um sucateamento dos órgãos fiscalizadores, que dificulta uma melhor qualidade.

Mesmo que uma empresa de consultoria seja contratada para realizar a supervisão da execução da obra, isto não significa que os ensaios de qualidade e as interpretações sejam realizados na íntegra.

A partir da entrega da rodovia aos usuários, que deve ocorrer ainda na primeira metade de 2012, o ideal será a criação de um sistema de acompanhamento da superfície da rodovia para identificação de possíveis falhas e correções. Se a manutenção preventiva for colocada em prática, será uma decisão correta técnica e economicamente.

Edinaldo Marques
Engº Civil, Professor e Consultor
@EdinaldoMarques

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Calçadas


A TV Globo trouxe no Bom Dia Brasil de terça-feira, 10 de janeiro de 2012, uma reportagem sobre a situação em que se encontram as calçadas brasileiras. São buracos, lixo, degraus, obstáculos, larguras muito estreitas, árvores, placas de sinalização, carros estacionados e outros equipamentos. Esta é uma questão, que deveria constar em qualquer programa de governo, ser debatida pela população e a oportunidade pode ser neste ano de 2012, quando haverá eleição para as prefeituras de todo o País.

No início do século XX, as ruas e caminhos eram totalmente direcionados aos pedestres e animais. Com o surgimento dos meios de transportes com tração animal e, posteriormente, veículos com tração mecânica, houve a necessidade de criar o elemento urbano demoninado calçada ou passeio.

Segundo a Constituição Federal, o direito das pessoas se locomoverem deve ser garantido. Não adianta, porém, possibilitar esse direito sem a devida segurança. Como a mobilidade da maioria das pessoas é feita a pé, a cidade deve dispor de calçadas com qualidade, principalmente para os portadores de necessidades especiais.

Para que sejam resolvidos os obstáculos existentes nas calçadas das cidades brasileiras vai exigir uma espécie de pacto entre governos e sociedades. Há casos em que cabem as prefeituras recuperar os passeios - calçadas públicas, e outros, que são de responsabilidade dos proprietários de imóveis comerciais ou residenciais.

Mesmo já tarde demais, pelo menos a partir de agora, é necessário conscientizar a população e evitar que as calçadas sejam construídas sem obedecer padrões adequados de acessibilidade e mobilidade à população. Isto pode ser feito através de cartilhas, campanhas educativas na mídia e ações de fiscalização. Quanto ao passivo de calçadas irregulares existentes, poder público e sociedade precisam, cada um, fazer a sua parte e melhorar a humanização nas cidades.

Tentar resolver o problema agora, apenas criando novas leis ou com aplicação de multas, não terá os resultados desejados.

Edinaldo Marques
Engº Civil, Professor e Consultor
@EdinaldoMarques

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Falta de clareza


É preciso ter cuidado com aquilo que se percebe. A maioria das pessoas se deixa levar por percepções precipitadas, emite opinião, faz juízo de valor, ou decide, sem ter a clareza necessária. Este é um hábito que pode trazer consequências muito negativas, principalmente para homens de negócios, políticos – presidentes, governadores, prefeitos e dirigentes públicos em geral.

Sobretudo pessoas que estão na “vitrine”, devem estar muito atentas e terem disciplina para não cometer falhas de “achismos”. Antes de toda e qualquer afirmação, é preciso conhecer os dados, entender os detalhes, para depois se pronunciar. Isto evita as costumeiras garfes, que ocorrem em entrevistas e pronunciamentos.

Aliás, esse tipo de postura, contribui para diminuir o nível de confiança na pessoa. Sabe-se o quanto isso é necessário para manter a credibilidade no exercício de uma função pública.

EDINALDO MARQUES
Engenheiro Civil e Consultor
@EdinaldoMarques

Inundações e deslizamentos


As chuvas que caem em Belo Horizonte e algumas outras cidades do País têm feito novas vítimas e provocado diversos prejuízos materiais.

Tudo ano o quadro se repete. Isto é consequência da falta de ações preventivas por parte do poder público e da própria população. Ocupações indevidas do solo, excesso de áreas que não permitem a infiltração da água, falta de arborização, lixo jogado nas ruas e córregos, tudo isto, contribui para as inundações e deslizamentos.

Algumas providências, como a limpeza de linhas d’água, bocas-de-lobo, galerias, desobstrução de bueiros, além da manutenção do sistema de drenagem, mesmo se forem adotadas eficientemente, minimizarão os efeitos provocados pelas chuvas, mas não resolverão os problemas. Serão apenas paleativos, que servirão para criar novos ralos do dinheiro público.

A pergunta que surge é a seguinte: afinal, existe solução? A resposta é sim. Primeiro, é preciso haver decisão política. Coragem dos governos para atacar o problema e adotar a solução correta. Enquanto não existirem ações preventivas, educacionais e algumas obras de engenharia necessárias à melhoria do sistema de micro e macrodrenagem, os resultados continuarão sendo os mesmos.

Situações semelhantes ocorrem em muitas outras cidades brasileiras. A solução sustentável, em qualquer caso, passa por educação, prevenção, planejamento e execução de obras de engenharia.

EDINALDO MARQUES
Engenheiro Civil, Professor e Consultor
www.twitter.com/edinaldomarques