quarta-feira, 7 de março de 2012

Ciclistas


Os ciclistas de São Paulo fecharam por algumas horas a avenida Paulista para protestar contra os casos de mortes no trânsito. Em média, ocorre um acidente fatal por semana envolvendo ciclistas nas ruas e avenidas da principal capital do país.

Nas demais cidades do Brasil o quadro é semelhante. Compartilhar espaço nas vias com os veículos tem sido um grande desafio.

Quais as causas principais dos constantes acidentes com vítimas fatais envolvendo ciclistas? Existem soluções?

1º) Os motoristas partem de um paradigma egoísta. Como estão em meios de transportes maiores, quem for menor que se arrebente. Este é um grave erro de visão e de desvio de conduta. No trânsito todos dependem entre si. O ciclista, em que pese estar num transporte menor, tem o direito de usar o espaço e deve ser respeitado. Cabe aos motoristas manterem uma distância lateral de segurança para o ciclista de 1,50 dos seus veículos. O problema é que a maioria dos motoristas não utiliza direção defensiva e não tem preparo humano para uma melhor convivência. Isto ajudaria na redução dos acidentes;

2º) A falta de educação para a cidadania faz com que se tenha grande quantidade de motoristas sem uma postura correta, sem autocontrole e que transforma o trânsito num palco de guerra. Somente um processo de educação baseado na eficácia pessoal, que deveria começar logo nos primeiros anos de vida das pessoas, poderia mudar o quadro. Mas isto não seria para agora, e sim, as próximas gerações;

3º) Os quilômetros de ciclovias implantados nas cidades brasileiras são insignificantes. Isto decorre da falta de visão e de planejamento urbano ao longo dos tempos. Se existissem mais espaços exclusivos para ciclistas, com certeza, os índices de acidentes seriam muito menores. É preciso criar leis estaduais e municipais que obriguem a instalação de ciclovias em toda e qualquer nova implantação de pavimentos - avenidas, ruas. Quanto ao déficit atual de ciclovias hoje existentes resta cobrar coragem e responsabilidade dos dirigentes, para que façam algumas intervenções necessárias;

4º) Falta de uma legislação e de fiscalização mais rigorosa para aqueles que cometem erros na forma de guiar seus veículos. Neste ponto, inclusive, alguns ciclistas, precisam agir de forma mais prudente e responsável;

5º) Há uma desordem na ocupação do solo urbano, que dificulta a implantação de novas ciclovias. Mas não é um impedimento, pois quando o poder público quer toma decisão política e faz desapropriações.

Estas são apenas algumas considerações, a fim de abrir as discussões sobre o problema.

Edinaldo Marques
Engº Civil, Professor e Consultor
@EdinaldoMarques
edinaldo_melo50@hotmail.com

2 comentários:

Albino Andrade disse...

A cidadade de SP em particular não tem planejamento nem condiçoes viárias para o uso de bicicletas, concordo com voce quando diz que isto tem que começar o mais rápido possível para que oferça condições,porém o que me preocupa é que temos um prefeito totalmente despreparado e que por não se ocupar dos problemas reais da cidade e sim de seu futuro pessoal,vidve de criar factóides para tentar melhorar sua imagem,cuja rejeição hoje bate os 75%,veja q o povo já não é tão trouxa,foi assim com a tal cidadde limpa,que criou um estardalhaço para agradar pequenos burgueses q se incoimodavam com a "poluição visual" e q na verdade não tem nenhum efeito pratico na vida do cidadão.
Na questão dos ciclistas a situação se repete,"VA DE BIKE" é o bordão enquanto ele anda de carro blindado e Helicoptero e os mais ingênuos que acreditam nessa baboseira são abatidos no trânsitop feroz da cidade.
Muitos dos cicloativistas(?) fazem trajetos q até a pé seriam feitos,queria ver é eles sairem da periferia e circularem 30 km em horário de rush.
defendo um transporte coletivo decente e eficiente que desobriga-se o cidadaõ do uso do automóvel e ai sim os percursos poderiam ser rearranjados liberando espaços parqa os q preferissem usar bicicletas.

Guilherme Carvalho disse...

Olá professor. O convido a analisar o mapa sistêmico que fiz a partir do seu texto e publiquei em meu blog: guilhermegc.blogspot.com.br. Infelizmente, a imagem não poderia ser publicada aqui no comentário.