terça-feira, 29 de outubro de 2013

RECAPEAR NÃO É O ÚNICO REMÉDIO


Saiu nos telejornais de hoje a notícia de que Maceió passará por um recapeamento de suas ruas e avenidas. A estimativa inicial é de 50 km de vias.

Apesar de ser uma solução técnica para muitos casos, não é a única solução que deveria ser adotada. Há ruas que precisam de um “remédio” mais profundo. Senão, o novo recapeamento reproduzirá os mesmos defeitos do pavimento antigo.

A fresagem, ou corte e retirada do revestimento antigo a ser feita antes do recapeamento é correta, pois evitará que o greide se eleve e venha prejudicar a drenagem superficial e segurança dos pedestres. O ideal seria fresar e reciclar o material resultante. Assim, tornaria a solução sustentável e ecologicamente correta.

Um dos problemas do recapeamento e de qualquer investimento é garantir o retorno do que será gasto. O tempo de vida útil não deve ser inferior a 10 anos. Se o recapeamento apresentar defeitos prematuros é uma prova de que a solução técnica não foi correta.

Antes de recapear é preciso interagir com órgãos que fazem obras enterradas – Casal, Eletrobras, Algás etc para não ocorrer de se fazer um recapeamento e, logo depois, precisar cortar o revestimento novo, a fim de executar alguma obra enterrada.


A interferência de serviços públicos e privados nos pavimentos é algo que merece um planejamento integrado, para não causar prejuízos ao poder público e à população.

EDINALDO MARQUES
Engº Civil, Professor e Consultor
@EdinaldoMarques (twitter)
@EdinaldoMelo (facebook)
edinaldo_melo50@hotmail.com

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Só pessoas competentes, resolvem?



Se analisarmos casos de sucesso ocorridos em diversas organizações ou empresas chegaremos a uma conclusão: contar só com pessoas competentes não resolvem os problemas. Onde resultados são positivos e sustentáveis existe a presença de alguém, que inspire e libere outros talentos: uma liderança verdadeira e eficaz. Nos dias atuais, um líder eficaz produz enorme diferença e sua presença é indispensável para melhorar o desempenho da empresa ou do órgão público e alcançar melhores resultados.

Entre outras características, um líder eficaz, hoje, precisa ser uma pessoa ética e ter uma visão ampla do mundo, entender a realidade do mercado, ter coragem para tomar decisões, entre inúmeras outras virtudes.

Para que dê certo no comando o líder precisa ter credibilidade, ou seja, o responsável pela liderança deve demonstrar com ações e, principalmente com exemplos, que merece a confiança. Este é o ponto indispensável para que os colaboradores e/ou servidores passem a compartilhar as ideias do seu líder.

O chefe é a pessoa que dá a decisão final. Nos diversos setores das empresas outros coordenadores assumem a gestão das pessoas. Se esses cargos forem exercidos por pessoas que, além de chefiar, também liderem com eficácia, os papéis a serem desempenhados deixam a desejar.

E quais são as características e competências? Qualquer um pode ser líder? As pessoas que chegam ao topo da empresa são líderes? Vamos responder a cada uma dessas interrogações.

Líderes são pessoas muito especiais. Possuem alta credibilidade, como já dissemos. São, na verdade, super-pessoas. Por isto é que são tão poucos e tão procurados. Não abrem mão de princípios, são empreendedores, estrategistas, planejadores, criativos, perseverantes, acessíveis, contadores de histórias, solucionadores de problemas, críticos, têm foco, refletem os erros cometidos, absorvem a adversidade, conseguem mudar continuamente, constróem alianças, têm energia, inspiram outras pessoas, usam o poder de maneira responsável e justa etc.

Porém, uma pessoa comum, pode se transformar num líder. A liderança, por ser uma virtude, pode ser incorporada por qualquer pessoa. Logo, não é correto dizer que alguém já nasce líder. Na verdade, os atributos de liderança são adquiridos ao longo da vida e de diversas maneiras.

No dia em que entendermos com clareza a importância do papel dos líderes eficazes na gestão de órgãos públicos e de empresas, daremos um passo decisivo no sentido de mudar os resultados desse país. O Brasil tem tudo para ser uma grande nação. Mas isto somente se tornará uma realidade, quando tivermos muitos líderes eficazes nos comandos.

Outro ponto importante: o líder ideal depende do grupo a ser comandado e da situação. Portanto, nem sempre o líder com melhores características atende com a mesma eficácia a uma dada situação.

São muitas as pesquisas sobre as virtudes de uma liderança. Este tema deveria ser estudado já no ensino básico e fundamental. Também nos cursos de nível superior, seja qual for a área do conhecimento, o assunto liderança deveria estar presente. Infelizmente, isto não ocorre.

Existe um modelo ultrapassado, mas ainda muito empregado no Brasil. As pessoas administram apenas com a intuição ou falsa experiência. E o pior: não sabem liderar corretamente e nem entendem que a liderança sempre deve vir antes da gestão. Nem sempre as pessoas que chegam ao topo de uma organização são as mais aptas para exercer a liderança.

Possuir em uma empresa ou órgãos públicos pessoas apenas competentes não resolverá o problema. Além de técnicos competentes é necessário talento e várias outras habilidades. Sem dúvida, a principal habilidade é a liderança.

EDINALDO MARQUES
Engenheiro Civil, Professor e Consultor
@EdinaldoMarques (twitter)
@EdinaldoMelo (facebook)
edinaldo_melo50@hotmail.com

Como você decide?



Cada um de nós tem um imenso poder: o de decidir. E, este, não pode ser repassado para nenhuma outra pessoa. Cabe a nós escolher o que fazer com a nossa vida. Somos a força criativa do nosso próprio destino. Não é correto dizer que a culpa por qualquer coisa é da sociedade, do governo ou dos pais. O que temos, ou alcançamos na vida, é consequência daquilo que decidimos. Afinal, em essência, somos seres pró-ativos, mesmo que não queiramos reconhecer.

A história seguinte traduz o que dissemos antes: “Havia um viúvo que morava com suas duas filhas curiosas e inteligentes. As meninas sempre faziam muitas perguntas. Algumas, ele sabia responder, outras não. Como pretendia oferecer a elas a melhor educação, mandou as meninas passarem as férias com um sábio que morava no alto de uma colina. O sábio sempre respondia todas as perguntas sem hesitar. Impacientes com o sábio, as meninas resolveram inventar uma pergunta que ele não saberia responder. Então, uma delas apareceu com uma linda borboleta azul que usaria para pregar uma peça no sábio.

– O que você vai fazer? – perguntou a irmã. – Vou esconder a borboleta em minhas mãos e perguntar se ela está viva ou morta. Se ele disser que ela está morta, vou abrir minhas mãos e deixá-la voar. Se ele disser que ela está viva, vou apertá-la e esmagá-la. E, assim, qualquer resposta que o sábio nos der estará errada!

As duas meninas foram, então, ao encontro do sábio, que estava meditando.

– Tenho aqui uma borboleta azul. Diga-me, sábio, ela está viva ou morta?

Calmamente o sábio sorriu e respondeu:

– Depende de você. Ela está em suas mãos!”

O que alcançamos de bom ou de ruim tem uma explicação. Na vida real o que impera é a "lei da fazenda". Temos que preparar o terreno, plantar a semente, fertilizar, cultivar, aguar, semear para poder colher.

A maior e mais difícil batalha da vida ocorre dentro de nós mesmos. E a mais difícil vitória é a do eu.

Edinaldo Marques
Engº Civil, professor e consultor
@EdinaldoMarques (twitter)
@EdinaldoMelo (facebook)
edinaldo_melo50@hotmail.com

É preciso cuidar mais da limpeza



Há pequenas coisas, que são de grande importância e podem ser postas em prática por uma gestão municipal, mas que, às vezes, podem passar desapercebidas pela população: o serviço de limpeza do meio-fio das vias, linhas d’água e do canteiro central da principal via de chegada e saída de Maceió, avenida Fernandes Lima.

Desobstruir a seção de escoamento das águas da chuva e manter meio-fio pintados é uma providência, que tem quatro aspectos positivos: limpeza pública, maior segurança, drenagem urbana e melhoria do aspecto visual.

A prefeitura e a população poderiam fazer um pacto, definindo os pontos de responsabilidade do município e aqueles da competência de cada morador. É desagradável ver a cidade de Maceió apresentar qualquer entulho (areia mais mato) ou materiais recicláveis (latinhas e copos descartáveis) na linha d água das vias, entrada das caixas coletoras.

A solução para uma limpeza eficiente do lixo em Maceió depende de todos. O município pode fazer a sua parte, melhorar o sistema de operação de recolhimento do lixo, introduzir novas lixeiras nas vias públicas para que o lixo seja devidamente depositado. Falta a cooperação de parcela da população, que insiste em colocar lixo nas ruas. A sociedade precisa colaborar mantendo a cidade limpa, conscientizar-se que limpeza pública é saúde, entender que o serviço de limpeza é financiado pelo povo, a partir do recolhimento dos impostos.

Ainda no domingo (21 de abril de 2013), quando caminhávamos na orla de Maceió - trecho da avenida Silvio Viana, a linha d’água estava tomada por copos de água mineral jogados na rua. Um absurdo!

Tanto na orla da pajuçara, como na periferia da cidade, a limpeza pode melhorar. O trabalho de manutenção de vias e de toda cidade deve ser constante e levar em consideração, que cidade limpa é aquela que não se suja.

O inverno dá sinais de que pode estar próximo e vamos ter menos problemas com a microdrenagem.

Para uma cidade que depende essencialmente do turismo para crescer economicamente, a limpeza pública é uma questão de sobrevivência. Uma recente pesquisa constatou que a maior exigência do turista internacional quando vem ao Brasil é o item limpeza.

Edinaldo Marques
Engº civil, professor e consultor
@EdinaldoMarques (twitter)
@EdinaldoMelo (facebook)
edinaldo_melo50@hotmail.com

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Urbanização de favelas

Passarela na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro (Foto: Felipe Dana/AP)

A cada momento uma nova favela pode estar se instalando ou se expandindo em alguma cidade do País. Isto é reflexo ainda do período escravagista ocorrido no Brasil no final do século XIX. Outros fatores responsáveis são o déficit habitacional, a má distribuição de renda e a falta de políticas públicas eficazes que mantenham o homem no campo.

A consequência é a assustadora transferência do homem do sertão, que sem a posse da terra, sem trabalho e com a seca, desloca-se para as cidades na tentativa de garantir a sua sobrevivência. A crise social faz com que pessoas, sobretudo oriundas das áreas rurais, venham para a cidade à procura de oportunidades, de uma vida mais digna.

Os estudos sobre motivação humana demonstram que o que mais motiva o homem é a sua necessidade de sobrevivência. Quando isto está em jogo, o ser humano luta ou foge. No caso da crescente favelização no País a segunda opção tem sido a mais escolhida.

Regiões urbanas com ocupações desordenadas apresentam baixa qualidade de vida e moradores com um poder aquisitivo muito limitado – menos de um salário mínimo, onde as edificações são feitas sem a técnica adequada e sem levar em conta aspectos urbanísticos.

Geralmente são nos morros e nas grotas os locais escolhidos pelas pessoas para construir favelas. São áreas de topografia acidentada, onde as construções ocorrem em terrenos invadidos e sem regularização fundiária.

Por ser uma região em geral caracterizada por uma ocupação desordenada do solo, faz-se necessária a intervenção do poder público e, de preferência, logo no início, quando a favela começa a se instalar.

O grande problema é que as favelas se instalam sem a orientação ou fiscalização. Habitações, às vezes, sub-humanas, são construídas sem as instalações de água e energia, esgoto, coleta de lixo, drenagem de águas pluviais e sem mínimos critérios urbanísticos.

As soluções para os problemas de favelas no Brasil passam necessariamente pela urbanização das já existentes e pela implantação de programas de engenharia pública, associados a projetos específicos de melhoria da qualidade de vida.

A ocorrência de favelas é uma realidade, porém o que não é aceitável é a falta de serviços públicos como saneamento básico, segurança, creches e educação ambiental, fatores indispensáveis na criação de dignidade às pessoas que vivem nesses locais.



EDINALDO MARQUES
Engº Civil, Consultor e Professor
edinaldo_melo50@hotmail.com
@EdinaldoMarques (twitter)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

País do apagão



O Brasil vive numa fraca democracia. É o país das injustiças, das leis mortas, da corrupção escandalosa, da impunidade, da falta de educação de qualidade, do caos na saúde, da insegurança, dos soterrados e desabrigados das chuvas, dos apagões de energia. Será que também é o país dos sem cabeça?

Costumamos dizer que as pessoas por aqui são maravilhosas. O problema é a qualidade do que elas pensam - se é que pensam, e aquilo que cai no imaginário e passam a achar verdade.

Somente conhecemos três verdades absolutas: 1ª) todas as pessoas morrerão um dia; 2ª) mudança – é preciso mudar sempre e para melhor. Aliás, isto faz parte da teoria de Darwin – todos os animais que não se adaptaram as mudanças ambientais foram extintos; 3ª) escolha – a cada momento, escolhemos algo: em quem votar, com quem casar, o que comer, o que vestir etc.

Tudo mais que acreditamos ser verdade poderá ser questionado. Depende da percepção que cada um tem. E nem sempre o mapa ou modelo mental, que está nas cabeças das pessoas, é correto. Mas elas, às vezes, não admitem questionamento. Nem sabem que se movem a partir de seus mapas mentais. Para evoluirmos é preciso começar a pensar sobre o próprio pensamento, caso contrário, jamais sairemos do "atoleiro"?

Vamos exemplicar melhor. Se alguém disser que existe vida após a morte – como alguns defendem esta tese, poderá aparecer alguma pessoa para questionar. E o defensor da tese não terá como provar, pois ainda não morreu. Logo, isso é apenas uma crença, que poderá ser questionada. Quase tudo é questionável.

O Brasil vai continuar a ser sempre o país dos sem terra, sem teto, sem comida, sem saúde, sem educação, sem água, sem luz, sem estradas confortáveis e seguras, sem justiça social, enquanto não adotar um processo cultural de administração, que foque primeiro a eficácia e depois a eficiência. Deve começar pelas pessoas, nas famílias e se estender às empresas/organizações, nas políticas públicas e sociedade de um modo geral. Não há outro caminho para mudar os resultados atuais.

EDINALDO MARQUES
Engº Civil, Consultor e Professor
@EdinaldoMarques
edinaldo_melo50@hotmail.com