sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Guerra no Rio


A cidade do Rio de Janeiro volta a ser manchete mundial, de forma negativa, em virtude da guerra permanente instalada há alguns anos e que se intensificou nos últimos dias. Com os eventos internacionais marcados para 2014 – Copa do Mundo, quando o Rio será uma das sedes dos jogos e 2016 – Jogos Olímpicos, quando a cidade vai sediar as Olimpíadas, os holofotes se voltam para o caso. Polícia militar, polícia federal, marinha e exército, com o uso de equipamentos de guerra, formaram uma parceria para combater os traficantes, a criminalidade, tentar controlar a situação e garantir a segurança.

Sem dúvida neste momento essa foi a melhor estratégia encontrada. Porém, as causas principais do problema são antigas e, usando as ciências da administração e da antropologia, foram geradas por necessidades humanas não atendidas. Faltaram educação, estrutura familiar, urbanização e melhores condições de vida às pessoas atraídas pelo tráfico e a criminalidade.

Alguns escolhem o caminho da bandidagem, mesmo tendo uma condição financeira familiar adequada. Nesses casos ocorrem desvios de personalidade, falhas de caráter, questões psíquicas ou psicológicas, que explicam a situação.

Porém, de um modo geral, crianças, adolescentes e adultos, são levados ao mundo do crime, em face de não descobrirem sua “bússola interior”, que possa conduzi-los em caminhos dignos, de sucesso e felicidade. Não conseguem enxergar oportunidades na vida e passam a ser presas fáceis para os traficantes. Vivem entregues à própria sorte, sem orientação adequada, convivendo em ambientes onde a cena principal é o crime.

Além disso, o governo brasileiro peca em não fazer uma fiscalização eficaz nas fronteiras. É por aí que ocorre a maior entrada de drogas.

Estamos pagando um preço alto por não terem sido adotadas medidas corretas há muito tempo. A situação atual é mais difícil de ser revertida, porque no passado não foi feito aquilo que deveria ter sido. É preciso traçar estratégias planejadas e integradas, executar políticas e ações públicas, que permitam sair de um estado de violência – ou guerra para não-violência.

Não vamos conseguir isso da noite para o dia. Mas, um trabalho feito com visão, responsabilidade com o futuro, planejamento, integração de políticas/ações, treinamento/valorização de servidores e, tendo como foco principal a educação, formando cidadãos e profissionais em condições de serem absorvidos pelo mercado, modificará o quadro atual.

Em síntese, é possível resolver situações como essa com o exercício da verdadeira liderança e gestão eficazes. Este é um grande débito atual, tanto no Brasil como no mundo: há um apagão de líderes.

EDINALDO MARQUES
Professor, Palestrante e Consultor
www.twitter.com/edinaldomarques

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Fazer mais com menos


A nova equipe econômica de governo da presidente Dilma Rousseff – Guido Mantega (Fazenda), que será mantido no cargo, Miriam Belchior (Planejamento) e Alexandre Tombini (Banco Central), que vai tomar posse a partir de 1º de janeiro, já anunciou uma redução de despesas de custeio e de pagamento de pessoal para 2011, a fim de aumentar a poupança pública e o investimento.

Fazer isto no executivo é uma tarefa da competência exclusiva do governo. Porém, com o Judiciário e o Legislativo já fica mais complicado, pois esses poderes têm independência administrativa prevista na Constituição Federal.

A futura ministra do planejamento Miriam Belchior anunciou ainda a intenção de “fazer mais com menos dinheiro”. Isto é possível, desde que melhorem a produtividade do governo e a qualidade dos gastos públicos, o que implica no aumento de eficácia – fazer o que precisa ser feito e de eficiência – fazer certo.

Tudo vai depender e muito do processo de gestão, que será implementado por cada ministério e demais órgãos no próximo governo. Se houver visão de futuro e profissionalismo, é possível sim fazer mais com menos.

Politicamente, o melhor momento para uma tomada de decisão como a anunciada é no início do governo. Já em 2012 haverá eleições municipais, que dificultarão a contenção de gastos.

EDINALDO MARQUES
Engenheiro Civil, Professor e Consultor
www.twitter.com/edinaldomarques

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Educação em foco


Duzentas e cinquenta novas disciplinas estão em análise no Congresso Nacional para serem inseridas nos currículos escolares. Algumas já foram aprovadas, como música e xadrez. A tendência é que outras, talvez, sejam incluídas: educação no trânsito, educação moral e cívica e cultura cigana.

Na minha forma de ver a questão a verdadeira educação deve conduzir, prioritariamente, ao caráter do estudante e a integração do homem à sociedade. Isto, em geral, não é focado por aqueles que têm a missão de aprovar as mudanças necessárias, nem tampouco pelos planejadores educacionais.

Sou favorável a uma educação que trabalhe, acima de tudo, a compreensão dos alunos, a capacidade de refletir sobre si e entender o atual mundo que se vive.

O ponto de partida deve ser o autoconhecimento – missão, papeis a serem exercidos, a identificação de sonhos e possíveis potencialidades, e a preparação dos alunos para escolha de valores elevados – amor, liderança pessoal (autodomínio), família, coragem, paz, generosidade, integridade, lealdade, paciência, profissionalismo... Como administrar pensamentos, fazer escolhas corretas, ser proativo, respirar da forma adequada, gerenciar o tempo, os desejos e selecionar companhias?

Aí sim, se começaria a fazer uma revolução na educação, desde que professores, pais e administradores estivessem engajados no projeto. Um futuro sustentável estaria mais próximo de se tornar realidade.

Para adotar esse caminho os professores teriam que mudar a maneira de lecionar, o que implica em atualização, para colocar em prática um novo projeto pedagógico. Precisariam usar as cinco técnicas fundamentais de ensino: sentar-se em silêncio – para encorajar os alunos a terem o hábito de permanecer em silêncio por uns poucos minutos; fazer uso de citações – refletir sobre experiências de grandes homens da humanidade; canto em grupo – para que o sistema humano entre em harmonia e ritmo; contar histórias – faz com que os estudantes prestem a atenção e não se esqueçam do principal; atividades em grupo – jogos de motivação, dramatizações, desenvolvimento de atitudes.

A excelência na educação será alcançada quando houver integração entre a parte acadêmica – professores bem preparados, estudantes receptivos e qualidade do ensino; ambiental – ambiente escolar, hábitos, costumes e trabalho coletivo; e humana – cultivar desde a infância, metodologia prática e os cinco valores básicos no desenvolvimento do caráter (verdade, amor, paz, ação correta e não violência).

Aquilo que os professores ensinam com prazer e os alunos aprendem, também com prazer, dificilmente será esquecido. É preciso atuar no campo intelectual, físico, emocional, psíquico e espiritual.

Mas, se querem excelência na educação, não podem esquecer de valorizar a profissão dos professores com salários dignos e justos.

Edinaldo Marques
Professor há 35 anos, Consultor e Palestrante

Perigos para motoristas


Buracos de diversos tamanhos aparecem com frequência nas estradas federais, estaduais e municipais de todo o país. Os trabalhos de manutenção não têm a velocidade e a eficácia necessárias. Falta um sistema de gerenciamento, que permita prever e executar as obras de conservação, a fim de garantir a funcionalidade das rodovias – conforto, segurança e economia de operação.

O número de acidentes, que já é elevado, tende a aumentar com a proximidade das festas de final de ano e das férias de janeiro. Os indicadores de mortes em rodovias no Brasil são dez vezes maiores do que os registrados nos Estados Unidos.

Ano a ano milhares de pessoas são vítimas de problemas nas estradas. São pneus cortados em face de irregularidades nas superfícies dos pavimentos, suspensões danificadas, excessivo número de quebra-molas – alguns com sinalização deficiente, fiscalização da polícia rodoviária insuficiente devido a falta de pessoal, ausência de sinalização específica para caminhões – os dispositivos existentes são para os veículos leves. Além disso, declives e aclives acentuados, traçados antigos mal planejados e cheios de curvas fechadas.

A maioria dos acidentes tem falha humana, mas há uma parcela de contribuição das deficiências estruturais e de sinalização existentes nas rodovias. Os gestores responsáveis nunca são citados e nem punidos. São quase sempre os motoristas acusados de imprudência ou excessiva carga de trabalho no volante.

A causa de falhas estruturais nas estradas não é a falta de recursos orçamentários e financeiros, mas a ineficácia. Uma obra rodoviária é projetada e construída para um período de vida útil. A depender do crescimento do volume de tráfego precisa passar por melhorias, duplicações e serviços constantes de manutenção. Após inauguração e entregue ao tráfego, necessita de cuidados permanentes, avaliações periódicas, de medidas preventivas e corretivas, que devem ser preferencialmente realizadas no verão.

Infelizmente, o poder público não faz o que precisa ser feito. Executa obras que são entregues à população, mas se esquece de efetuar uma manutenção correta. Despreza um elevado patrimônio, que fica enterrado nessas obras e entregue ao tempo. Bilhões de reais que deveriam merecer a atenção dos governos. Isso sem contar com as vítimas fatais e os que ficam meses em recuperação nos hospitais públicos.

Precisamos mudar o quadro atual. É inadmissível, que em pleno século XXI, isso se repita de governo a governo, mesmo dispondo a engenharia de soluções técnicas eficientes e econômicas para serem aplicadas.

A CIDE – Contribuição de Intervenção sobre o Domínio Econômico, criada no final do segundo governo FHC, para tentar substituir o extinto Fundo Rodoviário Nacional (1986), apesar de já ter arrecadado cerca de 70 bilhões de reais, apenas um terço foi até hoje aplicado.

Se o problema fosse falta de recursos financeiros, até poderíamos aceitar. Só que não é o caso. Recursos existem. O que não existe é a visão clara da necessidade de priorizar o problema.

Vamos continuar sendo o país dos buracos, da falta de eficácia e do desperdício de dinheiro?

EDINALDO MARQUES
Engenheiro Civil e Professor da UFAL
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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A cultura dentro do serviço público


Para mudar resultados dentro do serviço público – melhorar a educação, saúde, segurança pública, assistência social e demais serviços, é preciso substituir paradigmas que estão nas cabeças dos dirigentes, trocar interesses particulares por coletivos, aumentar os níveis de comprometimento, mudar hábitos, preparar os chefes e servidores em geral para que aprendam a trabalhar com sinergia positiva. Em síntese, significa mudar a cultura dentro das organizações.

Não consta dos valores políticos hoje existentes a importância que tem a cultura organizacional, para que as ações públicas aconteçam em maior velocidade, mais eficiência e com menos desperdício de recursos públicos. Também não constam, com raríssimas exceções, a valorização da meritocracia, presença de sistemas de avaliação de servidores e a existência de planos de cargos e salários, que contemplem aqueles funcionários mais talentosos e dedicados. Em geral, há um nivelamento salarial entre os ocupantes de funções públicas correlatas.

Proliferam culturas de desconfiança, desvios de caráter e fofocas que não contribuem para atender às necessidades da população. Há um excessivo número de funções comissionadas, que muitas vezes são preenchidas para atender a interesses políticos, sem levar em conta, simultaneamente, a competência técnica e a capacidade de gestão da pessoa escolhida.

Os planejamentos elaborados se restringem ao período de um determinado governo. Não há um planejamento estratégico, de médio e longo prazos, que seja executado por governos sucessivos, independentemente da sigla partidária ou ideologia.

A população em geral não sabe o porquê das intermináveis filas para atendimento nos postos de saúde, das deficiências nas áreas de transportes, dos baixos indicadores da educação básica – IDEB, das falhas na segurança pública, do crescente número de crianças e adolescentes que se drogam... Tudo isso é consequência de uma cultura negativa no serviço público, que impede o Brasil, estados e municípios de se desenvolverem numa velocidade compatível com a realidade.

EDINALDO MARQUES
Professor, Consultor e Palestrante
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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Não deixo de sonhar


Não deixo de sonhar. E gostaria de compartilhar com mais pessoas, para que reflitam e, se julgarem positivo, possam se associar, no sentido de tornar uma realidade.

Sonho com um país, onde se viva com mais igualdade e dignidade. Sonho com um Brasil justo, onde as leis se apliquem com a mesma força, seja para ricos, pobres, brancos, negros ou índios.

Sonho com uma educação integral de excelência que, antes de tudo, forme cidadãos possuidores de valores humanos elevados: amor, solidariedade, responsabilidade, integridade, paciência, gratidão, saúde, respeito, consideração e fé, que saibam utilizar, simultaneamente, os dois lados da mente, que conheçam o processo de utilização da bússola interior e com isso possam escolher caminhos mais seguros e de maior sucesso.

Sonho com um país melhor, cuja população passe a enxergar a diferença que faz uma gestão feita com profissionalismo – liderança e administração verdadeiramente eficazes. É exatamente aí, que reside toda a diferença. Não são os recursos tão citados. Lógico, que o dinheiro é importante para os investimentos, mas a capacidade real de gestão faz enorme diferença. No dia em que o profissionalismo na gestão fizer parte dos valores políticos dos governantes, o Brasil encontrará com rapidez as soluções para os diversos problemas na educação, saúde, segurança pública...

Não posso aceitar que, em pleno século XXI, o Brasil ainda seja o país dos sem terra, sem teto, sem segurança, sem saneamento, sem água, sem luz, sem educação, sem saúde, sem justiça social... Vive-se numa nação com recursos naturais abundantes, recursos econômicos e financeiros suficientes, clima favorável, solo fértil. Tem tudo para dar certo. Só a arrecadação tributária deste ano já registra um trilhão de reais. E ainda faltam dois meses para concluir 2010.

O povo brasileiro tem criatividade, vontade de empreender. Mas, faltam oportunidades. Nem sempre consegue o microcrédito necessário para impulsionar um dado empreendimento. E, quando consegue, falta o treinamento voltado para a gestão do negócio.

Sonho com um país onde não haja tanta desigualdade e ainda muita pobreza. E aqui fica um alerta: caso não se consiga transformar a realidade atual, caso os índices sociais não sejam mais favoráveis, caminha-se para uma situação onde a vida se tornará muito difícil. É preciso pensar e agir rápido, no sentido de garantir o futuro dos filhos, netos e demais descendentes.

EDINALDO MARQUES
Engenheiro Civil, Professor e Consultor
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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Planeje a sua vida - parte III


É comum as pessoas alegarem não ter tempo para fazer tudo o que gostariam ou precisariam realizar. Este é um problema quase geral na atualidade. É preciso cuidar de si, da casa, do trabalho, dos relacionamentos, da carreira... Como fazer tanta coisa se são apenas 24 horas por dia?

Podemos garantir e provar que, por mais ocupada que seja uma pessoa, ainda assim sobrará tempo, desde que saiba como utilizá-lo e tenha disciplina, coragem para externar um não, quando necessário.

O que facilita e muito a vida é a escolha de um planejamento semanal e diário das atividades a serem executadas. Isto consome por dia, apenas cerca de 5 a 10 minutos. Pode ser feito no início de cada expediente de trabalho.

Porém antes, é preciso fazer um planejamento de curto, médio e longo prazos, escolher um processo que contemple tanto a vida pessoal como profissional e utilizar a “ferramenta” mais conveniente a cada pessoa, a fim de criar propósito mental sobre as metas a serem alcançadas.

Num treinamento de 10 horas poderemos detalhar todos os passos do processo de planejamento e organização, como utilizar as “ferramentas” etc. O objetivo é fazer com que os profissionais aprendam a identificar, focar e executar suas maiores prioridades, liderem a própria vida, saibam e tenham clareza de onde desejam chegar.

Há quem chame isso de administração do tempo. Na verdade, ninguém administra o tempo. O tempo passa independentemente de fazermos algo ou não. Mas podemos administrar nós mesmos, para que façamos mais coisas e não nos esqueçamos de fazer o principal.

Existem aqueles que são muito ocupados, mas não conseguem ser produtivos. Com esse processo a produtividade aumentará, pois os níveis de sistematização serão maiores.

O maior segredo do processo é a disciplina que precisamos ter para focar nosso tempo diário nas coisas, que são importantes e que não são urgentes. Evidentemente, aquilo que é importante e urgente nõs impõe atenção e obriga a gerenciar.

Depois que as pessoas criam o hábito de usar o método não deixam mais. Os resultados são surpreendentes e garantem melhor qualidade de vida.

EDINALDO MARQUES
Professor, Consultor e Palestrante
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edinaldo_melo50@hotmail.com

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Planeje a sua vida - parte II


Os últimos dias de cada ano que se finda são momentos, que as pessoas também devem utilizar para avaliação e planejamento de suas vidas – pessoal e profissional. Sonhos, viagens, investimentos, projetos pessoais ou empresariais, que ainda não foram concretizados, precisam passar por uma reavaliação e, a partir daí, serem ou não, transformados em novas metas para 2011 e os anos seguintes.

A vida é feita de sonhos. Alguns são conquistados mais rapidamente e outros denotam mais tempo. Existem aqueles que são importantes e precisamos estar refletindo sobre a possibilidade de renová-los, caso não consigamos realizá-los até o final de 2010. Para isto, é estratégico transformar aquilo que não foi possível ser concluído, em novas metas, com prazo para recomeçar e terminar. Se, mais adiante, notarmos a necessidade de ainda mais tempo, é só replanejar.

Esse processo de planejar e transformar em metas deve ser feito seguindo etapas bem definidas. O primeiro passo consiste em refletir, sobre que princípios estamos dispostos a assumir e transformar em valores pessoais. É o instante do autoconhecimento, base de todo e qualquer processo de controle da vida.

O segundo passo é a definição de metas e objetivos. Por último, virão as ações, que irão permitir a concretização daquilo que julgamos importante.

Para facilitar o acompanhamento e a execução de um processo de organização pessoal/profissional, é fundamental a escolha de uma “ferramenta” – agenda, palm top ou notebook, que nos auxilie.

Por exemplo, se uma dada pessoa exerce vários papeis semanalmente – médico, administrador de hospital, professor, pai, amigo, marido..., terá a necessidade de hierarquizar e focar, no máximo, sete papeis a cada semana. Assim, sobrará tempo para encaixar na agenda alguma emergência que venha a surgir e evitará excessivo estresse.

É possível realizar todos os papeis, desde que estejam devidamente planejados. Até situações não planejadas, que fogem do normal e que podem surgir, tornam-se mais fáceis de serem focadas, quando há planejamento e disciplina.

A maior vantagem das pessoas e dos profissionais adotarem um processo de planejamento na vida é saírem da condição de coadjuvantes para passarem a de protagonistas. Esta é uma escolha que ninguém deve desprezar.
EDINALDO MARQUES
Professor, Consultor e Palestrante

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Planeje a sua vida


O ano de 2010 está chegando ao seu final e um novo ano surgirá. É hora de avaliarmos o que foi feito durante este ano, aquilo que não conseguimos realizar e renovar nossos sonhos, transformando-os em metas para 2011 e para os anos seguintes.

Essa decisão é fundamental para que possamos ter um norte-magnético em nossas vidas, uma direção a ser seguida, a fim de que as coisas que julgamos mais importantes não deixem de ser concretizadas.

Aqueles que não planejam o que devem fazer, não assumem o completo comando de suas próprias vidas, não conseguem perceber o quanto o tempo é uma matéria-prima importante, não fazem as melhores escolhas, caminham no dia-a-dia sem a convicção de que estão na estrada certa.

Vamos usar uma metáfora, que facilitará a compreensão do que dissemos. Quando viajamos para algum lugar, começamos a arrumar a mala introduzindo as coisas que não podemos deixar de levar, aquilo que consideramos ser mais importante. Coisas triviais, somente são colocadas na mala, se sobrar espaço. O mesmo precisamos fazer com nossas vidas a cada dia, semana e ano.

Por não perceberem a importância de um planejamento pessoal/profissional integrado e não saberem como planejar a vida, as pessoas podem se lamentar em algum instante por não terem feito as coisas importantes, que precisariam ter sido descobertas e focadas há mais tempo.

Nos dias atuais com tantas alternativas para buscar o conhecimento, horas de trabalho, opções de lazer, participação em redes sociais através do twitter, leituras de revistas e jornais, televisão..., é fundamental que conheçamos um processo e as diversas ferramentas, que nos facilitem a identificar, focar e executar nossas maiores prioridades, fazendo com que passemos a liderar nossas vidas com maestria pessoal.

Temos que cuidar das nossas qualidades, família, bens tangíveis, saúde, relações interpessoais, trabalho, projetos pessoais e comunidade, fazendo a cada momento aquilo que é mais prioritário. Isto é possível com as 24 horas de que dispomos a cada dia.

Os resultados do uso de um processo correto de planejamento são a redução do estresse diário, maior organização, mais motivação positiva, aumento da qualidade e expectativa de vida e faz com que saiamos da condição de ocupados para produtivos.

EDINALDO MARQUES
Professor, Consultor e Palestrante
www.twitter.com/edinaldomarques

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A metáfora do freio de mão no serviço público


Quem já procurou o serviço público no Brasil para resolver alguma coisa sabe das dificuldades enfrentadas para chegar à solução do problema. Em geral, há uma lentidão nas respostas ou soluções e o atendimento deixa a desejar. Nota-se que o nível de engajamento do servidor público ainda está longe do entusiasmo criativo. Pode, em alguns casos, até haver satisfação em cooperar, ou demonstração de algum comprometimento. Porém, entusiasmo é mais difícil, para não dizer quase impossível de ser identificado. Por que isso acontece?


As pessoas que dirigem o país, estados e municípios chegam aos postos de comando por eleição popular – através do voto. A partir daí, as indicações para ocupação dos diversos cargos se dá por amizade ou indicação política. Parte-se da ideia de que qualquer um, independentemente de ter ou não curso superior, está apto a exercer determinada função. Mesmo que as pessoas escolhidas possuam algum curso de graduação ou pós-graduação, seria importante preparar os dirigentes para a habilidade de liderar e administrar com eficácia pessoas e processos.


Na prática isso não acontece. A pessoa indicada inicia seu trabalho e vai tomando decisões, calcadas em paradigmas que não se aplicam mais na era do trabalhador do conhecimento. O processo de gestão na maioria dos órgãos públicos ainda tem por base paradigmas da era industrial. Isto não dá mais certo nos dias atuais. Criam-se barreiras – não percebidas, que dificultam a dedicação do servidor público.


Quando os servidores são tratados como pessoas completas – com necessidades físicas, mentais, emocionais e espirituais simultâneas, passam a oferecer, voluntariamente, seus maiores esforços e energia. Ao contrário, quando as pessoas são tratadas como coisas – por exemplo, para motivar basta pagar o salário em dia, deixam de se comprometer, ou então, até se comprometem, mas não com a criatividade, entusiasmo e potencial que possuem.


A diferença entre as diversas formas de envolvimento das pessoas dentro do serviço público depende, fundamentalmente, da maneira como as chefias se comportem. Se, além de chefiar, os comandantes também liderarem, criarão as condições necessárias, para que os servidores comecem a agir com mais entusiasmo e criatividade.


Outro fator determinante é o nível de confiança entre servidores e chefias. São três os níveis de confiança. O primeiro é a confiança pessoal ou confiabilidade, que é medida pela integridade mais a competência. Em segundo, vem a confiança interpessoal determinada pelo comportamento da chefia em relação a equipe. Terceiro, a confiança na organização, que pode levar ao alinhamento nos propósitos.


Enquanto houver improvisação e a escolha para ocupação de cargos estratégicos não levar em conta a capacidade de liderar e administrar, a metáfora aplicada ao serviço público é a de um veículo em movimento com o freio de mão ativado – anda, mas não consegue desenvolver a velocidade ideal. Esta é uma realidade brasileira.


O apagão de liderança eficaz com uso de paradigmas corretos e voltados ao trabalhador do conhecimento é uma realidade atual que precisa ser mudada. Não há obediência ao princípio da meritocracia e as gestões ocorrem de modo improvisado. Mais recursos são gastos e o tempo de duração para atingir metas é maior.

EDINALDO MARQUES
Engº Civil, Pós-Graduado em Administração
Professor e Consultor