segunda-feira, 25 de julho de 2011

A era da complexidade


São muitos e complexos os problemas hoje enfrentados pelos governos no sentido de conseguirem os resultados desejados. Educação, saúde, segurança, combate às drogas, infraestrutura compatível com o crescimento econômico e social, combate à pobreza, desenvolvimento sustentável, geração de empregos e renda, são apenas alguns dos objetivos que devem nortear a administração pública.

Antes de executar as ações que possibilitarão atingir metas e realizações são necessárias políticas públicas. Estas, partem das mentes dos governantes ou dirigentes – ministros, secretários e assessores, e são postas, através de estratégias, para serem executadas. Por que as políticas públicas não conseguem a eficácia desejada? Por que são tão difíceis de serem implementadas e demoram tanto tempo? Aonde os gestores erram?

Uma das causas está na forma como os dirigentes públicos enxergam cada problema. Planos e programas são criados e divulgados, mas falham na execução. Os dirigentes adotam métodos ultrapassados e nem percebem. Vêem servidores e demais ocupantes de funções comissionadas, como se fossem coisas e não pessoas com talentos e motivações próprios. Não utilizam competências, habilidades e ferramentas compatíveis ao século XXI para lidarem com servidores, que terão a incumbência de colocar em prática as ações planejadas.

Há baixos níveis de confiança entre comandantes e comandados, além de desvios de interesses, que despertam a vontade de alguns de participar de correntes de corrupção. Com isto, o engajamento dos servidores nas diversas tarefas deixa a desejar. Esforços e motivações pessoais não levam ao comprometimento. Com as atuais práticas de gestão, tempo e recursos são desperdiçados. Os avanços que acontecem nos resultados alcançados, se processam lentamente e não são sustentáveis.

Sem a devida clareza que permita entender as prioridades, sem a conexão emocional dos servidores com essas mesmas prioridades, sem capacitação, sem sinergia, sem a devida responsabilidade para atingir as metas prioritárias, ocorrem pequenos avanços, mas ainda muito lentos e incompletos.

Por falta de profissionalismo na gestão pública, a vontade política do governo de mudar os atuais índices fica mais focada no marketing do que propriamente na possibilidade real de atingir metas com sustentabilidade.

O plano Brasil sem Miséria é um dos exemplos, que pode ser aqui colocado. Na essência é um plano muito importante. Quanto à execução, de antemão, sabemos que os resultados não terão a velocidade e os resultados desejados. Isto pode ser previsto pelo paradigma que está na origem da política pública. Quando o paradigma não é correto, jamais os resultados serão os desejados.

Quatro pontos são indispensáveis para o pleno sucesso de implantação do plano Brasil sem Miséria e de outros: confiança entre servidores e dirigentes, comprometimento, foco na execução e entusiasmo. Para conseguir isto é preciso administrar com profissionalismo, sem desperdício de tempo e recursos. Isto é possível, desde que os dirigentes saibam (e queiram) como liderar e administrar pessoas e processos com eficácia.

Edinaldo Marques
Engº Civil, Professor e Consultor
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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Como resolver o caso Dnit?


O que ocorre dentro do Dnit e do Ministério dos Transportes, que são alvos de sucessivas notícias por parte da imprensa do país em virtude dos fortes indícios de corrupção, é algo quase endêmico. É preciso coragem e vontade política para acabar o problema. Até o presente, já ocorreram 15 demissões nos últimos dias.

Na verdade, sempre foi assim ao longo da história dos governos. E não é apenas no governo federal. Os governos estaduais e municipais, também são semelhantes (principalmente na área de infraestrutura).

Como o País atualmente está com mais capacidade de investimento, ficam mais evidentes os casos de desvios de recursos públicos. O Dnit trabalha com obras, o que significa um alto volume de recursos orçamentários envolvidos.

Todos sabem, que é exatamente com obras, onde as pessoas e/ou governos têm mais facilidade de promover o enriquecimento ilícito ou fazer caixa dois para campanhas.

Isto somente estancaria, se fosse implantado um sistema de controle de elevada eficácia com auditorias técnicas permanentes e comandadas por um gestor realmente idôneo e que, de preferência, percebesse um salário elevado, para não cair na tentação de se envolver no sistema. Caso contrário, podem anotar, a imprensa esquece um pouco o Dnit, e logo, as propinas continuam.

É propina na elaboração do projeto, na licitação para execução da obra, durante a execução, na aprovação de aditivos...

Se as medidas necessárias não forem tomadas, com a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, aonde vamos parar?

Edinaldo Marques
Engº Civil, Professor e Consultor
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Um mensagem para o dia do(a) amigo(a)


Hoje se comemora o Dia do Amigo(a). Anexo o texto abaixo, para que todos os(as) amigos(as) possam refletir. Um grande abraço a todos(as). Que Deus os(as) abençoe.

"Certos amigos são indispensáveis, simples como aquela estradinha de terra no interior, onde do alto da colina podemos avistá-la inteirinha, sabemos onde podemos ir e onde podemos chegar, são transparentes e confiáveis.
Outros, acabaram de chegar, como estradas que só conhecemos pelo Guia, e vamos nos aventurando sem saber muito bem seus limites, é um caminho desconhecido, mas que sempre vale a pena trilhar.
Tem amigos que lembram aquelas estradas vicinais, que pouco usamos, pouco vemos, mas sabemos que quando precisarmos, ela estará lá, poderemos passar e cortar caminho, mesmo distante, estão sempre em nossa memória.
Por certo, também existem amigos que infelizmente, lembram aquelas estradas maravilhosas, com pistas largas e asfalto sempre novo, mas que enganam o motorista, pois são cheias de curvas perigosas, e quando você menos espera... é traído pela confiança excessiva.
E existem amigos que são como aquelas estradas que desapareceram, não existem mais, mas que sempre ligam a nossa emoção até a saudade, saudade de uma paisagem, um pedaço daquela estrada, que deixou marcas profundas em nosso coração. Foram, mas ficaram impregnados em nossa alma.
E na viagem da vida, que pode ser longa ou curta amigos são mais do que estradas, são placas que indicam a direção, e naqueles momentos em que mais precisamos, por vezes são o nosso próprio chão.
Mande isso para todos seus amigos, não importa quanto tempo estão sem conversar, ou quanto perto estão. Deixe velhos amigos saberem que você nunca os esqueceu, e fale para os novos que você nunca irá esquecê-los...
Lembre-se, todos precisam de amigos. Há momentos na nossa vida que nos sentiremos só, mas quem tem amigos verdadeiros nunca estará só, pois tenha certeza que tem alguém, em algum lugar que gosta de ti, e sempre gostará e estará sempre pronto a te ajuda....
Pois é sempre em tempos de dificuldades, em tempos de precisão, naqueles momentos em que você está se sentindo triste... São exatamente nesses momentos que aparecem os verdadeiros amigos...
E eu digo que é o tempo que ganhamos com cada amigo que faz cada amigo tão importante. Porque tempo que passamos com amigos não é tempo perdido, e sim ganho, aproveitado, vivido.
Amizade, é amor, respeito, parceria... E é muito, muito, simples!
Acho que sem um amigo, perdemos muito. Não confunda nunca um amigo com um conhecido!
Há uma grande diferença! Tenha um ótimo dia!"

terça-feira, 12 de julho de 2011

Riqueza perdida


Profissionais de elevado conhecimento técnico e experiência se aposentam, ou morrem, sem antes transferir o conhecimento que possuem para profissionais mais jovens. O desperdício tem sido mais comum em órgãos rodoviários, como o DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Mas o problema acontece também em outros setores do serviço público.

A falta de talentos em alguns órgãos, em decorrência da ausência de decisão política em recompor os quadros de pessoal, é evidente. A deficiência passa a ser compensada com a contratação de estagiários, funções comissionadas ou mesmo terceirização.

Não existe uma competente gestão do conhecimento. Em algumas áreas não se prepara um profissional da noite para o dia. São necessários vários anos de trabalho. O ideal seria mesclar os mais antigos com outros mais jovens e criar um ambiente, onde o conhecimento fosse colocado nos processos.

Projetos de estradas precisam ser devidamente analisados e fiscalizados durante a execução. Este procedimento tem sido entregue a empresas de consultoria, que nem sempre realizam com a qualidade devida. Para o ente público, fica a ideia de que o problema está solucionado. Na prática, porém, o que se observa é uma perda de qualidade.

Não há país ou estado que suporte tanta obra mal executada, sem o devido retorno do investimento realizado. Isto acumulado leva a dívidas. A consequência de uma precoce reconstrução das estradas é o uso de recursos públicos, que poderiam ser investidos em outras prioridades.

A desestruturação do DNIT não é de agora. Já vem há anos. Os efeitos são sentidos hoje e serão amanhã. As atuais obras que estão sendo entregues à população exigirão uma precoce reconstrução ou restauração.

Algumas estradas, apesar de durarem mais tempo, não atingem a vida útil prevista, em geral, 10 anos. As causas são a falha de projeto, de execução e/ou manutenção indevida.

No depoimento dado nesta terça-feira (12 de julho) pelo diretor geral do DNIT, Luiz Antonio Pagot, na Audiência Pública conjunta no Senado que objetiva apurar possíveis irregularidades de superfaturamento, não ficaram dúvidas – pelo menos quanto a esse aspecto. Quando ele, Pagot, citou que a ausência de fiscalização do DNIT ocorre por falta de pessoal.

EDINALDO MARQUES
Engº Civil, Professor e Consultor
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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Fragilidade de decência?

A média de permanência no ministério de governo da presidente Dilma, até agora, tem sido de 3 meses. Com menos de 7 meses já caíram dois ministros: Antonio Palocci, Gabinete Civil e, agora, Alfredo Nascimento, dos Transportes.

A presidente Dilma fez o que precisava ser feito. Demitiu o ministro dos transportes. Parabéns pela decisão.

Vamos ver aonde as investigações chegarão. Afinal, mesmo com a saída do ministro, não devem parar. Lamentável, que devido as alianças políticas e a "governabilidade", tenha que nomear pessoas sem o devido preparo técnico e agora sob suspeita.

A queda do ministro mostra que a aceitação de nomes para compor o primeiro escalão de um governo, apesar das alianças políticas, precisa passar por critérios mais rígidos. Está havendo fragilidade de decência?

Se continuar nesse ritmo, ainda cairão mais dois ministros este ano.
O ex-ministro dos transportes não era um técnico na área, nem demonstrava características de liderança. Portanto, não fará falta ao governo.

Edinaldo Marques
Engº Civil, Professor e Consultor
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sexta-feira, 1 de julho de 2011

AL 101 SUL

(Foto: Real Deodorense) - Extraído do site www.maceioagora.com.br

Li a reportagem que foi publicada na primeira página da Gazeta de Alagoas desta sexta-feira (01 de julho), intitulada "Atraso na duplicação de rodovia".

O atraso de três anos na entrega da AL 101 Sul é motivado por diversos fatores. Além da falta de repasse de recursos por parte do governo federal, a retirada de famílias que residem às margens da rodovia, desapropriações e algumas ações que foram parar na justiça, também contribuíram para o problema.

Quanto às chuvas, estas deveriam ter sido previstas no cronograma físico e não podem ser consideradas como fator determinante de atraso das obras. Isto só ocorre, quando há excesso de índice pluviométrico, o que não foi o caso.

Do ponto de vista técnico o maior agravante é a falta de um controle tecnológico adequado e que garanta a durabilidade prevista no projeto. Muito provavelmente, essa deficiência fará com que a vida de serviço da obra seja menor do que a vida útil prevista no projeto. A consequência é que antes do tempo normal - 10 anos, haverá necessidade de investir novos recursos e recuperar a rodovia.

A quase totalidade das obras executadas em Alagoas e no país apresentam problemas prematuros, que implicam em novos gastos antes do tempo, em face do sistema de controle tecnológico não ser o ideal. Há um sucateamento dos órgãos fiscalizadores, que dificulta uma melhor qualidade.

Mesmo que uma empresa de consultoria seja contratada para realizar a supervisão da execução de uma determinada obra, isto não significa que os ensaios de qualidade e as interpretações sejam realizados na íntegra.

Problemas semelhantes têm ocorrido em outras obras executadas seja no âmbito do executivo, legislativo ou judiciário.

Recentemente, até o Palácio do Planalto em Brasília passou por uma reforma, que precisou com menos de um ano ser novamente refeita devido aos defeitos apresentados.

Edinaldo Marques
Engº Civil, Professor e Consultor
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