segunda-feira, 18 de maio de 2009

Que revolução?

Recentemente, mais dois secretários assumiram as secretarias de educação. Rogério Teófilo, no âmbito estadual, e Ricardo Valença, no âmbito municipal. Ambos prometem em seus discursos iniciais uma revolução na educação.
Mas que revolução será? Ou será apenas mais um jogo de palavras? É preciso que cada um diga como pretende fazer essa revolução.
A melhor revolução que os dois secretários poderiam fazer é no processo de gestão das secretarias. Os três ativos – físico, orçamentário-financeiro e humano precisam ser geridos com a máxima eficácia. Isto sim, faria toda a diferença. Em todos os governos onde isso foi colocado em prática,houve mudanças, as mais positivas.
O problema é que, lamentavelmente, em geral, parece não ser do conhecimento ou não querer implantar um processo de gestão voltado aos melhores resultados.
A sociedade não deseja apenas bons resultados. O que a população precisa é dos melhores resultados. Há uma frase que diz: “o inimigo do bom é o melhor”.
O paradigma da revolução industrial, hoje, não deve ser mais aplicado nos processos de gestão. Na prática, é isso o que vemos. Estamos na era do conhecimento, da tecnologia e da inovação. Portanto, aquele paradigma da busca da produtividade pela eficiência precisa ser substituído pelo paradigma da busca da produtividade pela eficácia. Primeiro, é preciso fazer o mais importante (isto é eficácia), para depois fazer bem feito (isto é eficiência), com o mínimo possível de recursos.
O trabalhador do conhecimento e as pessoas em geral têm necessidades básicas: viver, aprender, amar e deixar um legado. Infelizmente, os governos não demonstram práticas que garantam a sustentabilidade. Isto é o que preocupa.
Há muitas desculpas, procuram-se culpados, o tempo passa e tudo continua do mesmo jeito: sem solução. Crianças fora das escolas, colégios sem mínimas condições físicas, faltam professores, ensino integral é coisa rara, não há estratégias e ações para garantir uma educação continuada às pessoas que já deixaram a escola etc.
Atualmente, as escolas estão ensinando as crianças como se nós estivéssemos na era industrial. Esse mundo não mais existe. O mundo atual é complexo, veloz e incerto. Portanto, o projeto pedagógico e a atual forma como é repassada a aprendizagem aos alunos são deficientes, precisam ser mudados. Caso contrário, quando esses alunos terminarem o curso básico e fundamental, o que aprenderam, é insuficiente para a formação.
Por fim, a revolução que precisaria vir, antes de tudo, é a da ética. Depois, a da competência. Será que estas não são as causas de tantos resultados negativos?

EDINALDO MARQUES
Engenheiro Civil, Professor da Ufal e Consultor

3 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns professor.
ótima iniciativa.

Irenilce disse...

Oi Ednaldo, gostei muito do seu blog.
Eu espero que o novo secretário da educação, Rogério Teófilo resolva de modo eficaz o problema (pelo menos primário) que é a falta de professores nas escolas públicas estaduais. Vc sabia que tem alunos terminando o ano letivo SEM ALGUMAS DISCIPLINAS? parece brincadeira mas não é. Há uma carência de professores de Matemática, Ciências, Química, Física e por aí vai. E o mais impressionante é que tem professores aguardando na reserva técnica. O Givernador diz que "não tem dinheiro para pagar os professores." Não sei onde foram buscar inspiração na frase " HONESTAMENTE, NUNCA SE FEZ TANTO". Vou usar da ética e não vou comentar essa frase nesse momento. Um abraço,

denise disse...

Gostei muito desse seu novo espaço, onde podemos encontrar os seus sensatos comentários acerca de assuntos tão apropriados.
um abraço.