sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Ausência de líderes


A principal causa de conflitos, estresse, baixo desempenho, falta de comprometimento, ausência de planejamento estratégico e execuções ineficazes de políticas públicas no nosso país, criminalidade, drogas etc., é o excesso de “chefes” e a carência atual de líderes. Esta palavra é usada com frequência pela mídia e população em geral, no sentido de caracterizar políticos ou profissionais que ocupam posições de direção. Ocupar um cargo público como presidente, ministro, governador, prefeito..., não significa dizer que a pessoa seja um líder. Apenas está numa posição de liderança, mas o que constatamos é que a quase totalidade dos atuais dirigentes não possui os atributos inerentes a um líder verdadeiro. É uma raridade, o que impede que tenhamos um Brasil no caminho da sustentabilidade, entrava o crescimento em níveis inferiores quando comparados com outros países em desenvolvimento.

O interessante é que, por mais que falemos nessa questão, continuaremos a ouvir o uso deturpado da palavra líder.

Existem vários estilos de liderança. Porém, aquela que interessa para o atual mundo em que vivemos precisa ser centrada em princípios. Caso contrário, tudo o que dissemos vai continuar acontecendo.

A base de um autêntico líder é o seu caráter, que, associado à competência técnica, conceitual e interpessoal, formam a semente que uma pessoa precisa para se transformar numa liderança real. Além disso, é preciso desenvolver algumas características: visão, confiança, coragem, autocontrole, automotivação, agilidade, comunicação clara, empatia etc.

O presidente Lula pode ser considerado um líder autêntico, completo e apropriado ao momento atual? O fato de Lula estar no comando do país e ter uma popularidade nunca vista na história do Brasil, não significa dizer que o seu estilo de liderar seja o ideal. O futuro vai responder a essa questão.

A mesma dificuldade de encontrar líderes com estilos apropriados ocorre fora da esfera pública, dentro de empresas, na sociedade e na própria família.

Outro aspecto precisa ficar claro: sempre que colocarmos o interesse pessoal ou de grupos acima do interesse maior da coletividade não estamos liderando corretamente.

Ousamos dizer que o projeto mais importante para qualquer sociedade ou país, seria criar um programa permanente de desenvolvimento de lideranças eficazes já na infância. Enquanto isto não acontecer vamos amargar os atuais resultados por muitas décadas.

EDINALDO MARQUES
Professor, Consultor e Palestrante

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