terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Selvageria nos estádios


Após os jogos de futebol têm sido muito comuns as brigas entre torcidas. A mídia noticia os fatos com uma frequência constante. Várias pessoas já perderam a vida nesses momentos de conflitos. Afinal, isto tem solução? O que leva torcedores a agirem dessa maneira? Com a proximidade da copa do mundo de 2014, que será no Brasil, como o governo pretende enfrentar a questão?
A curto prazo a única maneira de combater o problema é através da repressão. A polícia terá que ser acionada, no sentido de impedir ou inibir os atos de selvageria explícita.
A médio e longo prazos só tem um caminho: educação. Mas estou falando de uma educação bem diferente dessa que é oferecida hoje nas escolas e universidades. É necessário uma educação completa, formar cidadãos, incluir no projeto pedagógico dos cursos, desde o ensino básico até o superior, disciplinas como educação emocional, educação para os valores humanos, desenvolvimento da liderança intrapessoal.
As pessoas saberão como fazer o autoconhecimento e entenderão que existem melhores formas de convivência social.
O que faz torcedores agirem como animais irracionais e partirem para briga é o mau uso da mente. Sofrem nesses instantes uma espécie de sequestro neural. Passam a ser comandados pela mente emocional, que precisa ser trabalhada, treinada. Isso aliado aos maus valores individuais adquiridos ao longo da vida promovem reações violentas.
Falta amor pessoal. Ninguém consegue amar o próximo, se não ama a si. Este é um valor que precisa ser difundido na família, escola, pela mídia e na sociedade. Como fazer isto?
Os profissionais de administração, psicologia, antropologia... podem ser acionados para prepararem outros professores e criarem um ambiente propício a difusão de uma cultura de paz.
Quando pensadores ou especialistas se reúnem para discutir o futuro do país, é unanimidade a conclusão: o Brasil cresce economicamente, mas a sustentabilidade somente vai ocorrer de verdade, quando investimentos maiores forem aplicados em educação. Os efeitos serão sentidos pelas futuras gerações, mas a decisão tem que ser tomada o quanto antes. Isto já deveria ter ocorrido, se o Brasil fosse liderado corretamente.

Edinaldo Marques
Professor, Consultor e Palestrante

emelo@ctec.ufal.br

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