quarta-feira, 3 de março de 2010

Mudança de mentalidade


Mais um editorial que merece ser analisado e refletido pelo leitor.
Nesta quarta-feira (03), a Gazeta de Alagoas fez uma comparação entre as consequências causadas pelos recentes terromotos ocorridos em dois países – “Haiti e Chile: Lições” (título do editorial).
O efeito do terremoto no Haiti, apesar de ter sido menor, de 7 graus na escala Richter, foi muito mais devastador do que no Chile, cuja intensidade foi de 8,8 graus.
A condição econômica, visão e decisão dos chilenos fez com que fossem adotadas, de forma preventiva, projetos/ações que minimizassem as consequências do terremoto.
O mesmo deveria ocorrer com o nosso país em relação as suas estradas. A cada inverno problemas e mais problemas. Sempre aparecem aqueles que querem colocar a culpa nas chuvas. Só fazem confundir a cabeça das pessoas que não são especialistas no assunto.
Mais uma vez, o Bom Dia Brasil da rede Globo de televisão mostrou no dia de hoje (03) a situação atual de algumas rodovias brasileiras. As estradas estão sendo cortadas como se fossem papel. Isto é fruto da falta de prevenção – manutenção eficaz e, além disso, de projetos que são mal elaborados e executados, sem um controle tecnológico adequado. Se houvessem inspeções periódicas feitas por técnicos competentes, experientes e responsáveis, com certeza, esses constantes problemas que ocorrem nas estradas brasileiras seriam reduzidos.
Faltam decisão política, visão, competência técnica e administrativa. Não basta apenas ser engenheiro especialista em geologia ou pavimentação. É preciso ter visão sistêmica, fazer o que precisa ser feito, do jeito certo e no momento correto.
Continuará o “Custo Brasil” sendo um dificultador do nosso crescimento.
Quantas pessoas morrem diariamente vítimas de buracos nas rodovias? Quantos recursos financeiros desperdiça o país por não considerar isso uma prioridade? Quanto gastamos em hospitais para tentar salvar pessoas vítimas de acidentes? Quando iremos entender, que além de construir, é preciso garantir uma durabilidade nas estradas de 20, 25 anos, ou, no mínimo 10 anos, em perfeitas condições de funcionalidade - conforto, segurança e economia de operação? Quanto desperdiçamos por deixar uma rodovia se destruir completamente para somente depois fazer a reconstrução, quando seria mais econômico implantar um sistema de manutenção eficaz? Quando haverá mudança de mentalidade?

EDINALDO MARQUES
Engenheiro Civil e Consultor

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