quarta-feira, 7 de abril de 2010

Planejamento


A população vem acompanhando os fatos ocorridos nos últimos dias na cidade do Rio de Janeiro, que será sede dos Jogos Olímpicos em 2016.
A Gazeta de Alagoas desta quarta-feira (07 de abril) trouxe como manchete, em sua primeira página, os seguintes dados: 96 mortes, 19 pessoas desaparecidas e mais de 100 feridos em decorrências das últimas fortes chuvas.
É dito ainda, que “num intervalo de 24 horas, choveu mais que 62% da média de todo o mês de abril”. Este dado não justifica as consequências.
A principal causa desse desastre está na falta de planejamento. Isto não é “privilégio” do Rio de Janeiro, mas uma realidade de quase todas as cidades brasileiras.
Algumas cenas, que foram ao ar pela televisão, deixaram as pessoas indignadas. Quanta injustiça social! Quanta falta de prevenção!
Achar que isso é culpa da natureza ou das mudanças ambientais sofridas pelo planeta, é uma hipocrisia. Não houve nenhum tsunami. Aí sim, poderíamos admitir o caos. O que está acontecendo é um índice pluviométrico mais elevado do que a média. Mas isto é previsível.
Infelizmente, o caos atualmente registrado no Rio de Janeiro é decorrente da falta de vontade política, planejamento, ocupação irregular do solo, inexistência de um sistema eficaz de gerenciamento de águas pluviais, ineficácia gerencial e da banalização da corrupção em nosso país.
Alguns vão dizer que faltaram recursos para atacar esse problema. Não é verdade. Faltou considerar isso uma prioridade.
Quantos bilhões de reais serão gastos para sediar a Copa do Mundo em 2014? Quantos bilhões de reais serão empregados para sediar os Jogos Olímpicos de 2016? Se todos esses recursos fossem canalizados para implantar programas habitacionais e de urbanização, certamente, não existiriam novas catástrofes como essa.

EDINALDO MARQUES
Engenheiro Civil, Professor e Consultor

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