Há nas empresas e, principalmente, no serviço público brasileiro uma grande escassez de líderes verdadeiros. Estamos nos referindo ao estilo de liderança que realmente interessa ao mundo atual: líderes centrados em princípios, que inspirem confiança a partir da integridade e dos exemplos colocados em prática, esclareçam propósitos, liberem talentos e alinhem sistemas.
É preciso ficar claro o seguinte: temos muitos chefes, comandantes, dirigentes ocupando altos cargos dentro do serviço público e da iniciativa privada. Porém, liderar verdadeiramente e com eficácia é outra coisa.
Tudo começa pelo paradigma. Grandes líderes vêem as pessoas como um todo, com corpo, coração, mente e espírito. Entendem que nesse mundo atual de grande complexidade, rapidez e incertezas as coisas funcionam como se estivéssemos num esporte do tipo rafting – não há como exercer controle e todos devem estar preparados, motivados para agir.
Também nas famílias – menor organização que existe, a falta da virtude de liderança nos pais e mães dificulta a formação do caráter dos filhos, fator essencial para que possam ser futuros líderes. É por isso que os resultados não são os melhores, apesar de muita gente nem perceber isso.
Segunda pesquisa da consultoria PricewaterhouseCoopers o Brasil será a 5ª economia do mundo em 2025, na frente de países como a Alemanha, França e Reino Unido. A China deverá ocupar a 1ª posição, seguida dos Estados Unidos, Índia e Japão. Em 2009 o Brasil terminou na 8ª posição.
Em que pese as bases econômicas atuais serem sólidas, o País está na 75ª posição no mundo em IDH – Índice de Desenvolvimento Humano e na 56ª em competitividade, abaixo do Azerbajão, Barbados, Chipre, Indonésia, Jordânia, Malásia e Tunísia.
Alguns dados demonstram com clareza a falta de verdadeiros líderes no País: 70% da população brasileira é analfabeta funcional, 80% não sabe calcular uma porcentagem.
Como conseguiremos superar os grandes desafios nacionais sem priorizar uma educação de qualidade com metas bem definidas, treinamento dos professores, melhores salários, cultura de planejamento e sistemas de avaliação objetivos?
Precisamos fazer com que as crianças, adolescentes e as pessoas em geral aprendam a pensar. Os conteúdos programáticos das escolas e até das universidades devem ser modificados para melhorar o pensamento lógico e o uso de várias habilidades.
Um dado para reflexão: um concurso público para preenchimento de 1,4 mil vagas de gari da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) do Rio de Janeiro recebeu, entre os inscritos, 45 com doutorado, 22 mestrado e 80 com pós-graduação.
EDINALDO MARQUES
Professor, Consultor e Palestrante
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