quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Transporte de alto risco


A previsão do Denatran – Departamento Nacional de Trânsito, de que somente este ano deverão morrer cerca de 18 mil motoqueiros no trânsito brasileiro, é aterrorizante. Sem falar nos milhares de casos de pessoas, que, após o acidente continuam vivas, porém, com as mais diversas deficiências físicas.
Hoje, em boa parte dos estados brasileiros (14), as mortes de motociclistas já superam as mortes de pedestres no trânsito. As autoridades acreditam que, no máximo, dentro de dois ou três anos, as vítimas de acidentes de motocicletas serão parte do principal grupo de morte dentro dos acidentes de trânsito.
O tempo de recuperação de vítimas nesse tipo de acidente dura, em média, 3 a 4 meses de internação hospitalar. Além do importante custo social, tem o alto custo financeiro para o País, pois são usados materiais caros nas cirurgias como orteses e próteses.
O País tem pela frente o desafio de reduzir esse número. Em 2008, os acidentes de moto causaram 10 mil mortos, mais de 500 mil feridos e um gasto de 8 bilhões de reais, de acordo com o Instituto Brasileiro de Segurança do Trânsito.
Se considerarmos os últimos 10 anos, o número de mortes aumentou 1.000%. É como se a cada minuto uma pessoa morresse ou ficasse ferida por causa de acidentes com motocicletas.
Como reduzir os casos diários de acidentes, muitos fatais, envolvendo motos nas ruas e avenidas de todo o país?
São vários os fatores que contribuem para isso. Boa parte das vítimas não utilizam equipamentos de segurança – capacetes e roupas apropriadas, e nem têm ideia dos estragos que um acidente pode causar. O excesso de velocidade e a imprudência são uma constante. A luta pela sobrevivência e a necessidade de rapidez torna esse tipo de transporte quase suicida.
Para complicar ainda mais a situação, o presidente Lula sancionou a lei que regulamenta profissão de motoboy e mototaxista.
O que vale mais, a velocidade ou a vida? A maioria das pessoas vitimadas em acidentes com motos não conseguem superar o trauma e jamais retornam a utilizar esse meio de transporte.
Não há solução para curto e médio prazos. Vamos continuar assistindo pessoas se vitimarem todos os dias. A longo prazo é necessário desenvolver uma postura proativa, em todos os níveis de ensino, tanto para os condutores de motos como para os motoristas de veículos. Ou seja, é preciso mudar a cultura e isto depende da educação.

EDINALDO MARQUES
Professor, Consultor e Conferencista

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