sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Como construir a paz


Como e quando Alagoas começará a construir um ambiente de paz com resultados sustentáveis e duradouros? Diagnósticos estão sendo realizados, políticas públicas são apresentadas, discutidas ou propostas na tentativa de promover a tão falada paz, ou seja, melhores condições de convivência social e segurança. Reuniões frequentes acontecem em vários locais para debater essa questão.
Não faltam planejamento, ideias, projetos e programas. Faltam os resultados positivos que todos desejam. Falta a execução das ações corretas, dando as respostas esperadas pela população. Falta um processo, de preferência já testado em outros países, e que, se for aplicado aqui ou em qualquer outro lugar, produzirá os resultados desejados, pois se baseia em princípios.
Um ambiente de paz somente será construído a partir das pessoas, ajudando-as a descobrir que existem caminhos melhores de vida. A paz começa dentro de cada um com a incorporação de hábitos pessoais e eficazes. Por isso, o primeiro passo é levar o maior número possível de pessoas a conhecer e praticar hábitos que levem a paz. Isto depende, fundamentalmente, de desenvolver e cultivar a eficácia pessoal, isto é, trabalhar o caráter, a educação para os valores humanos e fazer com que cada um descubra ou desenvolva suas competências e potenciais. Daí, surgirão artistas, atletas, músicos e centenas de outros profissionais.
Essa experiência já foi testada e aprovada em outros países. Porém, os frutos não acontecem imediatamente. Quanto tempo será preciso para obter resultados visíveis? Isto vai depender da execução integrada das ações. Podemos afirmar que em quatro anos a situação será outra bem diferente, portanto, um período de governo. Para isto, é necessário agir com rapidez e buscar alinhamento nas três esferas de governo.
Não há um caminho mágico, que permita resolver de imediato os problemas. Existe uma direção sustentável, que será trilhada quando o processo de gestão dos governos federal, estaduais e municipais for realmente eficaz. Mas é necessário que haja continuidade, pois o trabalho deve ser constante.
É preciso preparar os administradores públicos e técnicos em geral para seguir esse processo. Mudar a cultura hoje adotada nos diversos níveis da administração. O sucesso exige eficácia nos três ativos: físico, orçamentário-financeiro e humano.
Sobretudo os gestores públicos precisam conhecer e aplicar métodos novos. Mudar hábitos que hoje são utilizados e não deram certo.
A escolha do caminho sustentável não deve ser apenas do governo, mas de toda a sociedade. Se não houver alinhamento de propósitos, ficará difícil chegar à condição desejada.
Algumas prioridades merecem destaque, dentre elas a educação. Neste aspecto, é preciso incorporar novos projetos pedagógicos às escolas e em todos os níveis – ensino básico, fundamental e superior. Além disso, identificar lideranças locais – multiplicadores em cada comunidade, para que sejam preparadas e treinadas, a fim de que possam compartilhar o processo de eficácia junto aos seus pares.
Políticas sociais de incentivo a prática de esportes, lazer e cultura complementarão as prioridades.
Um detalhe: somente haverá sucesso nas ações, se a prática de hábitos eficazes for semeada. Este é, sem dúvida, o maior desafio.
A paz duradoura depende do comprometimento do governo e da sociedade com a responsabilidade, respeito, paciência e integridade. Os exemplos que vêm de cima nem sempre são positivos. O que prevalece na vida é a lei da colheita: “sempre se colhe aquilo que se planta”.

EDINALDO MARQUES
Professor, Consultor e Palestrante

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