quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Asfalto ou cimento?


Esta é uma discussão comum em congressos de pavimentação de estradas e no meio técnico em geral.

A pavimentação de estradas feita com concreto de cimento é, seguramente, a melhor escolha para estradas com tráfego intenso e pesado, como as principais rodovias de escoamento da produção nacional. Já o custo inicial de implantação tende a ser sempre maior do que o asfalto.

Porém, é preciso esclarecer que os pavimentos feitos com asfalto, também são muito bons. Se há excessivos buracos nas estradas asfaltadas é porque houve falhas, principalmente durante a execução das mesmas ou na manutenção. Isto é, os procedimentos construtivos não receberam o controle tecnológico devido. Outro aspecto a considerar é que, quando se constrói com asfalto, as camadas internas do pavimento e o subleito (ou terreno de fundação) precisam ser melhor analisados.

Portanto, a decisão quanto ao uso de asfalto ou de concreto deve levar em conta o volume médio diário de tráfego e os valores das cargas transportadas.

Outro ponto a ser considerado é a qualidade da manutenção rodoviária adotada por aqueles que deveriam cuidar da operação das vias pavimentadas: na maioria das vezes inexistente ou ineficaz. Ao contrário do concreto de cimento, a pavimentação em asfalto exige uma manutenção preventiva e corretiva mais constante.

Em rodovias de tráfego muito pesado e intenso a pavimentação asfáltica pode até atingir a vida de 25 anos, se for devidamente projetada, construída e receber as manutenções preventivas e corretivas necessárias.

O que precisa ao Brasil é uma maior responsabilidade com esse imenso patrimônio constituído pelas estradas, além de visão política-administrativa séria e eficaz.

Enquanto a percepção não mudar, persistirão o elevado “Custo Brasil” e o desperdício de recursos públicos.

Edinaldo Marques
Engenheiro civil, Professor , Consultor e Palestrante
www.twitter.com/edinaldomarques

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