quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Foco no eleitor


Estamos ainda na fase inicial de caça ao voto para a eleição de 03 de outubro de 2010. As campanhas vão se tornar mais visíveis a partir de 17 de agosto, quando começa a propaganda eleitoral no rádio e na televisão.

Muitas vezes os políticos ignoram o clamor das ruas, não consideram as queixas que vem da população porque existem “filtros” constituídos por alguns “assessores”, que os impedem de escutar as ruas. É preciso dedicar tempo suficiente para entender o país, seu orgulho, sua história. Há uma frase que diz: “O país possui cidades que brilham, mas fedem. A vitrine que convida, repulsa, e o espelho que traduz a beleza demonstra a podridão; muitas vezes se vê, no centro das ruas, correntes humanas bradando, exigindo, propondo rupturas… a bela face de sanduíche é um engano, um engano para quem tem outras fomes".

Qual deve ser o alvo principal dos candidatos que disputam a eleição para presidente? Sem dúvida, a resposta é a população. É junto ao povo que os políticos vão buscar os votos que poderão levá-los à vitória nas urnas. Quem conseguir trabalhar melhor a percepção do eleitor e conquistar a confiança no sentido de responder às necessidades da população, provavelmente, terá mais chances de êxito.

As pessoas agem motivadas por alguma coisa. Todos nós temos necessidades e, a partir destas, damos nossas respostas, tomamos decisões. A combinação de necessidades e respostas é um direito inato do ser humano. Está embutida em nosso cérebro, assim como em nosso espírito.

Na escala de hierarquia das necessidades humanas, a sobrevivência é a mais importante. E como andam as condições de sobrevivência da maioria da população? Quando uma pessoa não consegue alimentar a si e a sua família todas as demais necessidades passam a ser relegadas. A solução desse problema passa pela educação profissional e geração de emprego e renda que permitam a compra de alimentos e condições dignas para morar e viver. Como disse Bertold Brecht, “não me fale de minha alma antes de ter enchido meu estômago”.

Atendida a primeira necessidade, a segunda é a segurança. Quando os moradores se sentem inseguros há duas alternativas: ou eles enfrentam as condições de insegurança ou fogem, isto é, saem para outro lugar. Portanto, essa deve ser uma das prioridades dos postulantes ao cargo.

A terceira necessidade é a realização. Todos nós precisamos sentir realização naquilo que estamos fazendo. Isto faz parte do ego das pessoas.

O sentido de pertencer representa a quarta necessidade. Pertencer a uma família, a uma associação, a uma religião, empresa ou instituição, ao Brasil. Isso garante a direção interna de cada pessoa.

A quinta necessidade é a vontade de expressão. Todos nós precisamos nos comunicar, sermos ouvidos, demonstrar nosso conhecimento e intuição. Quando um político abre canais para ouvir as pessoas ou propõe uma gestão participativa, provoca motivação e se aproxima do eleitorado.

Como sexta necessidade podemos destacar a elevação da auto-estima, que é consequência do conhecimento e intuição que a pessoa possui.

A não observância a todas essas necessidades e mais algumas explica o porquê de políticos vitoriosos em eleições anteriores sofrerem queda em eleições subsequentes.

EDINALDO MARQUES
Engenheiro Civil e Consultor
www.twitter.com/edinaldomarques

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