quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Gestão de resultados


Há três coisas que precisam ser levadas em consideração quando se decide alcançar sucesso numa gestão: tecnologia, pessoas e processos. Se, pelo menos, um destes requisitos for deficiente, o tempo gasto para se atingir um resultado é maior. Vai se conseguir fazer alguma coisa. Mas muito mais deixará de ser feito.

A tecnologia é essencial para que os dados e as informações necessárias estejam disponíveis e possam ser utilizadas a qualquer tempo. As empresas ou órgãos públicos, que não dispõem da ferramenta tecnologia da informação, deixam de cumprir metas maiores e demoram mais tempo para executar metas menores. No mundo do conhecimento e da informação não dispor de sistemas informatizados e atualizados é fatal para o futuro da organização. Com tecnologia pode-se trabalhar em qualquer lugar, a qualquer hora e aumentar consideravelmente a produtividade individual e coletiva.

As pessoas precisam ser suficientemente eficientes no desempenho de suas funções. Fazer certo as coisas deveria ser um dever de todo e qualquer profissional. Mas o diferencial competitivo nos dias atuais é a eficácia pessoal, interpessoal, gerencial e organizacional que não poderiam deixar de ser praticadas. Isto faz uma enorme diferença. Nisto reside o grande problema dos órgãos públicos no Brasil. Alguns conseguem até ter profissionais eficientes, mas falta a eficácia necessária para que os maiores e melhores resultados possam ser conquistados. Metas e objetivos não são cumpridos em função das pessoas desconhecerem ou não usarem práticas eficazes.

Por último, os processos precisam ter um fluxo que seja do domínio do ativo humano. O método de gestão deve ser participativo, ágil e que incentive a utilização da criatividade humana.

A história dos sapos fervidos retrata bem o que se acaba de dizer acima: “Estudos biológicos mostraram que um sapo colocado num recipiente, com a mesma água de sua lagoa, fica estático durante todo o tempo em que aquecemos a água, mesmo que ela ferva. O sapo não reage ao gradual aumento de temperatura (mudanças de ambiente) e morre quando a água ferve. Inchado e feliz.

Por outro lado, outro sapo que seja jogado nesse recipiente com a água já fervendo salta imediatamente para fora. Meio chamuscado, porém vivo!

Às vezes, somos sapos fervidos. Não percebemos as mudanças. Achamos que está tudo muito bom, ou que aquilo que está mal vai passar, é só questão de tempo. Estamos prestes a morrer, mas ficamos boiando, estáveis e apáticos, na água que se aquece a cada minuto. Acabamos morrendo, inchadinhos e felizes, sem perceber as mudanças à nossa volta.

Sapos fervidos não notam que, além de ser eficientes (fazer certo as coisas), precisam ser eficazes (fazer as coisas certas). E para que isso aconteça, há a necessidade de um contínuo crescimento, com espaço para o diálogo, para a comunicação clara, para dividir e planejar, para uma relação adulta.

O desafio ainda maior está na humildade em atuar respeitando o pensamento do próximo. Há sapos fervidos que ainda acreditam que o fundamental é a obediência, e não a competência: “manda quem pode, e obedece quem tem juízo”. E nisso tudo, onde está a vida de verdade? É melhor sair meio chamuscado de uma situação, mas vivos e prontos para agir.”

EDINALDO MARQUES
Engenheiro Civil, Professor e Consultor
www.twitter.com/edinaldomarques

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