segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O caos no trânsito de Maceió


São crescentes as dificuldades enfrentadas pelos usuários do trânsito em Maceió, o que impõe discussões entre poder público e a população. Não são apenas os motoristas, mas também, ciclistas, motociclistas, pedestres e portadores de deficiências físicas, que enfrentam vários problemas diários. As soluções exigem, antes de tudo, mudança de mentalidade, planejamento e ações contínuas. Passam pelos três ativos: 1º) físico – construção de novas vias e viadutos, implantação de faixas exclusivas para ônibus em determinadas avenidas, instalação de ciclovias, colocação de novas passarelas, execução de traffic calming para disciplinar o tráfego em áreas de grande fluxo, implantação de centros de análise e controle de acidentes para reduzir riscos, melhoria na qualidade do transporte coletivo etc; 2º) orçamentário-financeiro – busca de recursos federais para implantação de algumas obras de grande porte, entre elas, novos viadutos e vias; e 3º) humano – mudança de hábitos da população, educação para o trânsito, uso do teletrabalho, fiscalização eficiente por parte dos guardas de trânsito etc.

A consequência do caos ora instalado afeta a qualidade de vida da população. Qualquer intervenção, que vise melhorar a atual situação, necessita que seja levada em conta todos os usuários e não apenas os motoristas.

O crescimento da cidade de Maceió e a instalação de novos pontos comerciais, como shoppings e outros estabelecimentos, trouxeram uma maior movimentação de veículos e pessoas nas proximidades desses locais e nas vias em geral. Por outro lado, não foram adotadas as medidas complementares necessárias para atender à crescente demanda.

A principal via de escoamento de trânsito, av. Fernandes Lima, apresenta uma elevada concentração de casas comerciais, shoppings, supermercados, agências bancárias e hospitais, o que provoca um fluxo diário intenso dos componentes do sistema – veículos, motos, bicicletas e pessoas. Sem uma melhoria efetiva na quantidade e qualidade do transporte coletivo, jamais conseguiremos uma situação, que permita minimizar o atual caos. Paralelamente, vias alternativas, como por exemplo a do Vale do Reginaldo, precisariam ser concluídas até a Polícia Rodoviária Federal, como era o projeto original feito em 1990, com a introdução inclusive de transporte coletivo sobre trilhos, para criar uma opção de deslocamento confortável, segura e permitir o desvio de veículos que seguem da parte baixa da cidade até o Tabuleiro (Cidade Universitária, aeroporto etc).

A adoção de medidas eficazes para minimizar os conflitos no trânsito em geral exigirão decisão política, visão, coragem, planejamento – elaboração constante de projetos e foco na execução. Sem estes fatores sendo postos em prática, jamais chegaremos a uma situação desejável.

Um brainstorm com a população poderia ser promovido para coletar ideias e, posteriormente, aproveitar aquelas que passassem pelo embasamento técnico e econômico.

Edinaldo Marques
Engº Civil, Consultor e Professor
www.twitter.com/edinaldomarques

Um comentário:

Anônimo disse...

falta fiscalização da SMTT; BPtran e PRF esta ultima faz meses que nao vejo na rua