domingo, 18 de outubro de 2009

Fome e violência


Dados estatísticos da ONU indicam que existe atualmente um bilhão de pessoas passando fome no planeta. Isto corresponde a um sexto da população mundial.
Além disso, 100 milhões vivem sem teto, há um bilhão de analfabetos, um bilhão e meio sem água potável, 150 milhões de crianças subnutridas com menos de 5 anos (uma para cada três no mundo), 12,9 milhões de crianças morrem a cada ano antes de completar 5 anos de vida.
Em pleno mundo do conhecimento, da tecnologia, riquezas abundantes, o que falta para acabarmos ou reduzirmos ao máximo a quantidade de pessoas que passam fome? Será que esse problema não tem solução? É possível, com muita gente morrendo de fome, alcançar a tão sonhada paz? O que fazer para mudar essa triste realidade?
Em 1974, uma Conferência das Nações Unidas concluiu que todo homem, mulher ou criança teria o direito de ser livre da fome e da desnutrição. O dado publicado no relatório da ONU de quarta-feira (14 de outubro de 2009) revela um quadro diferente. Na prática, a decisão da ONU tomada em 1974, continua não sendo válida.
O alimento é uma das necessidades básicas mais importantes do ser humano. No planeta terra possuímos áreas cultiváveis para produzimos alimento para toda a humanidade e de forma abundante.
Pesquisadores dessa questão são unânimes em afirmar que somente resolveremos o problema da fome no mundo, e por consequência promoveremos a paz, quando mudarmos o ponto de vista: deixar de achar que há escassez de recursos na terra e passar a considerar a abundância.
As grandes transformações sempre foram realizadas com mudanças de paradigmas. Nenhum ser humano muda verdadeiramente, quando muda apenas o comportamento e a atitude. A mudança real somente ocorre quando mudamos o ponto de vista.
Se quisermos paz o início do processo começa pela mudança do “mapa” mental ou da forma como vemos essa questão da fome e da violência. Uma das etapas do processo de paz passa pela educação completa, que inclui a educação emocional – aprender a lidar com as emoções e a educação para os valores humanos – amor, ética, generosidade, tolerância, compaixão, liderança etc. Em síntese, o que precisa é fazer com que o maior número possível de pessoas encontre sentido para a vida.
Há um ciclo determinante na vida: ver – fazer – obter. O que fazemos e os resultados que obtemos dependem fundamentalmente de como vemos ou percebemos. Por isso é que precisamos trabalhar a visão, missão e valores das pessoas.
Outro ponto fundamental é o modelo econômico existente no mundo. Está provado que com o sistema capitalista atualmente dominante, não teremos solução para o problema. Já o socialismo, que é o inverso do capitalismo, também não se apresenta como uma saída. Seria importante buscarmos um novo modelo, uma nova forma de ver e ter êxito econômico, financeiro e político, que incluisse as boas relações de convivência.
Com egoísmos e individualismos jamais encontraremos a tão sonhada paz.


EDINALDO MARQUES
Professor da Ufal, Consultor e Palestrante

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom sua reflexão!!
Parabéns